Opinião
Santander: faz o que eu faço...
Nos negócios, como em quase tudo na sociedade moderna, é difícil escapar às modas. Há algumas áreas, contudo, onde as modas mudam com menos frequência. Na banca, por exemplo. Como? Os últimos anos sugerem que, por causa da "ganância" (a Fortune perguntava, há uns anos, "Is greed good?"), a banca passou a correr mais riscos que uma empresa de "venture capital". Além do mais, sempre houve falências na banca.
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É verdade. Só que nunca houve tantos problemas, em tantas instituições (com excepção da Grande Depressão), como hoje.
Quando se olha para a dimensão do problema (perdas colossais, resolvidas a aumentos de capital) e para a desconfiança, que persiste no sistema (v.g as dúvidas sobre a solidez da Merryl Lynch), fica-se com a impressão de que toda a gente abusou do risco.
Toda? Não. Os bancos espanhóis, com BBVA e Santander à cabeça, não foram em modas. E, apesar da exposição ao "ladrilho", em Espanha, não embarcaram no subprime e derivados. Resultado: estão a enfrentar a actual crise financeira com uma perna às costas. O Santander, como se previu aqui em Março, até já se dá ao luxo de ir às compras (comprou o Alliance and Leicester num mercado onde está a ganhar quota na razão directa dos problemas dos bancos ingleses). O BBVA não deve demorar...
Moral da história: se os banqueiros precisam de um modelo de gestão, que olhem para os espanhóis. Os tipos são mesmo bons.
Quando se olha para a dimensão do problema (perdas colossais, resolvidas a aumentos de capital) e para a desconfiança, que persiste no sistema (v.g as dúvidas sobre a solidez da Merryl Lynch), fica-se com a impressão de que toda a gente abusou do risco.
Moral da história: se os banqueiros precisam de um modelo de gestão, que olhem para os espanhóis. Os tipos são mesmo bons.
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