Opinião
As decisões finais
Há quem diga que Hércules, se fosse português, não realizaria 12 trabalhos vitoriosos. Teria garantido 13: porque algum amigo daria uma pequena ajuda para que tal fosse possível. Há quem sussurre que Portugal é o sítio onde é possível «dar-se um jeito» e
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Nada que os ingleses não tivessem já inventado nos seus célebres clubes de cavalheiros mas onde tudo se fazia com maior recato e longe das vistas dos comuns mortais. Mas se por um lado vivemos num mundo de cumplicidades pouco transparentes, o que se está a passar com a aquisição de helicópteros para combater incêndios mostra como é difícil decidir algo neste país. Este ano já ardeu mais mancha florestal que nos últimos anos. O Governo decidiu comprar meios aéreos para combater os fogos. Mas já começaram os recursos para tribunal que, podendo ou não ser legítimos, vão emperrar qualquer decisão final nos próximos tempos. Isto é: arriscamos, mais uma vez, ver a floresta a arder ou, simplesmente, utilizar meios não definitivos para se ter meios de combate efectivo às chamas. Não é que as empresas que se consideram colocadas em causa pela decisão não possam, e não devam recorrer. Mas tudo isto mostra que os recursos legais são, em Portugal, nas mais diferentes áreas, a forma de nada se decidir de vez. Os cactos apodrecem por excesso de rega. Portugal desmaia por impossibilidade de decisões finais.
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