Opinião
Jujitsu político
O jujitsu baseia-se no princípio de usar a força e o peso do inimigo contra ele.
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Julgava-se que essa seria a táctica política que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas utilizariam contra o adversário que tinham pela frente, José Sócrates. Puro engano. Para PSD e PP o inimigo do meu inimigo não é necessariamente meu amigo. E assim estão a exercitar-se no uso de artes marciais com golpes bastante contundentes nas partes sensíveis um do outro. Entende-se o problema: o discurso do PP é hoje muito mais centrista e moderado do que no passado. Mais CDS, dir-se-ia.
E isso começa a fazer que entre o PSD comece a crescer o nervosismo: se sair um PP mais forte destas eleições, para além de poder pôr em causa a vitória do PSD, Paulo Portas pode ficar com uma posição negocial típica de um "croupier". As declarações de alguns responsáveis autárquicos do PSD contra Portas não são ingénuas nem distraídas: há um incêndio no quintal da retaguarda dos social-democratas. E o PSD profundo não tem as certezas dos clubes de cavalheiros políticos: acredita que se o PS tiver mais votos do que o PSD, Portas trocará de amigo tão facilmente como de camisa. Ao substituírem o jujitsu político contra Sócrates por golpes nas partes sensíveis dos aliados naturais, PSD e PP estão a dar um novo alento ao ainda primeiro-ministro. Mas o curioso é que este jogo é o que mais convém a Portas, cada vez mais convicto que há uma terceira via para o xadrez político nacional. Para crescer ao centro, tem de ir continuando a semear e a colher no regadio do PSD. E é isso que está a deixar este em pânico.
E isso começa a fazer que entre o PSD comece a crescer o nervosismo: se sair um PP mais forte destas eleições, para além de poder pôr em causa a vitória do PSD, Paulo Portas pode ficar com uma posição negocial típica de um "croupier". As declarações de alguns responsáveis autárquicos do PSD contra Portas não são ingénuas nem distraídas: há um incêndio no quintal da retaguarda dos social-democratas. E o PSD profundo não tem as certezas dos clubes de cavalheiros políticos: acredita que se o PS tiver mais votos do que o PSD, Portas trocará de amigo tão facilmente como de camisa. Ao substituírem o jujitsu político contra Sócrates por golpes nas partes sensíveis dos aliados naturais, PSD e PP estão a dar um novo alento ao ainda primeiro-ministro. Mas o curioso é que este jogo é o que mais convém a Portas, cada vez mais convicto que há uma terceira via para o xadrez político nacional. Para crescer ao centro, tem de ir continuando a semear e a colher no regadio do PSD. E é isso que está a deixar este em pânico.
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