Opinião
Clubes falidos? Mudem de vida
As contas semestrais das SAD dos "três grandes" não surpreenderam ninguém a não ser os distraídos: nenhuma das SAD escapa à situação de falência técnica (passivo superior ao activo). É verdade que os números (numa análise rápida e, por isso, sujeita a falhas)
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As contas semestrais das SAD dos "três grandes" não surpreenderam ninguém … a não ser os distraídos: nenhuma das SAD escapa à situação de falência técnica (passivo superior ao activo). É verdade que os números (numa análise rápida e, por isso, sujeita a falhas) sugerem que a SAD do Porto está melhor do que as suas congéneres de Lisboa, particularmente a do Benfica. Nada que surpreenda devido à presença sistemática do Porto na Champions League, que proporciona dois tipos de receitas: prémios de presença (participação) e de competitividade (vitórias e empates) e venda de passes de jogadores (a Champions é um bom palco para promover "craques").
Só que a melhor prestação do Porto não esconde um problema de fundo, comum ao futebol português: vive acima das suas posses. Até agora essa situação ia-se "mascarando" com mais-valias resultantes da venda de passes, recurso à banca, contabilidade criativa...
O problema é que o cenário mudou com a crise financeira, que desembocou na crise económica que vivemos. E agora das duas uma: ou as SAD aumentam o capital, ou descobrem uma forma de aumentar rapidamente as receitas (não se vê como...) ou fecham as portas. O recurso à banca, esse, já foi chão que deu uvas: os bancos não querem emprestar dinheiro aos clubes e, quando emprestam, cobram este mundo e o outro. Mas pode ser que a actual crise obrigue os clubes a fazerem o que já deviam estar a fazer há muito tempo: viver de acordo com as suas posses.
Só que a melhor prestação do Porto não esconde um problema de fundo, comum ao futebol português: vive acima das suas posses. Até agora essa situação ia-se "mascarando" com mais-valias resultantes da venda de passes, recurso à banca, contabilidade criativa...
O problema é que o cenário mudou com a crise financeira, que desembocou na crise económica que vivemos. E agora das duas uma: ou as SAD aumentam o capital, ou descobrem uma forma de aumentar rapidamente as receitas (não se vê como...) ou fecham as portas. O recurso à banca, esse, já foi chão que deu uvas: os bancos não querem emprestar dinheiro aos clubes e, quando emprestam, cobram este mundo e o outro. Mas pode ser que a actual crise obrigue os clubes a fazerem o que já deviam estar a fazer há muito tempo: viver de acordo com as suas posses.
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