Opinião
Mobile Messaging- Do SMS ao MMS
Passado um ano, e após a forte aposta dos operadores nacionais em serviços de dados, a utilização do MMS ainda está muito aquém das expectativas. O SMS, por sua vez, continua destacado na liderança dos serviços de dados.
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2003 foi o ano do MMS para praticamente todos os operadores GSM. O Multimedia Messaging Service (MMS) permite aos usuários de telemóveis enviarem e receberem mensagens com elementos multimédia incorporadas (imagem, som e eventualmente vídeo) e, praticamente, sem limite de tamanho do texto que é incluído.
Esta capacidade, associada à câmara que se encontra incorporada nos terminais de topo de gama, prometia um serviço de sucesso e de alto valor para o cliente final.
Passado um ano, e após a forte aposta dos operadores nacionais em serviços de dados, a utilização do MMS ainda está muito aquém das expectativas. O SMS, por sua vez, continua destacado na liderança dos serviços de dados.
O SMS (Small Messaging Service) é um sucesso assumido. O suporte para envio e recepção de SMS’s é ubíquo, estando presente em todos os terminais GSM.
O preço de envio de um SMS é, actualmente, quatro vezes superior ao valor de 1999. Apesar deste aumento significativo, o SMS continua sendo percepcionado como um serviço de baixo custo.
Este cenário faria prever que o MMS teria grande aceitação entre os clientes das tecnologias móveis.
No entanto, existem ainda vários entraves à utilização deste serviço, nomeadamente o facto do MMS não ser ubíquo como o SMS, ou seja, nem todos os terminais do mercado têm capacidade de envio e recepção de MMS, o que o torna uma ferramenta de difícil utilização e de comunicação pouca fluída entre utilizadores.
Esta situação irá manter-se durante mais alguns anos, uma vez que nem todos os terminais disponíveis hoje em dia têm essa capacidade, e a actualização do parque de terminais de um operador demora cerca de três anos.
Outro entrave à difusão do MMS é o preço. O envio de um MMS, embora não tenha limite no tamanho de texto a enviar, tem um preço elevado.
Finalmente, também a configuração e activação do serviço de MMS é complicada, visto que nem todos os terminais que são vendidos já vêm pré-activados com MMS.
Embora a evolução do MMS esteja a ser lenta, não podemos esquecer que a adopção de novas tecnologias não acontece de um dia para o outro.
O SMS demorou cerca de três anos a implantar-se e é, actualmente, o sucesso dos dados móveis. O WAP (Wireless Access Protocol), que morreu antes do virar do século, aparece agora renascido.
Para suprir a falta de clientes de MMS, podem ser adoptadas diversas estratégias. O Brasil, em termos de SMS, sofreu bastante tempo com o mesmo problema de ubiquidade e encontrou soluções interessantes, como é o caso do “chat” por SMS e que pode perfeitamente ser adoptado para MMS.
Os “moblogs” (versão móvel dos weblogs) adivinham ser o gatilho para a explosão dos dados móveis.
Através dos moblogs, os utilizadores de terminais com capacidade de MMS podem partilhar as suas fotos e experiências com uma comunidade alargada, através da Internet fixa ou da Internet móvel.
O MMS, num futuro não muito longínquo, será tão ubíquo como é hoje o SMS e aí terá, sem dúvida, um lugar de destaque nas comunicações móveis. No entanto, está nas mãos dos operadores móveis garantir que os clientes desta tecnologia não fiquem frustrados com a sua utilização e que os modelos de “pricing” sejam ajustados ao valor percepcionado pelo utilizador.
Senior Manager
WeDo Consulting