Opinião
Pedro Barbosa - Docente do IPAM
03 de Março de 2009 às 12:19
O Cisne Negro
Depois de "Fooled by Randomness", Nassim Taleb volta com "O Cisne Negro", uma obra entre o livro de filosofia e o ensaio de gestão contemporânea.
- 4
- ...
Depois de "Fooled by Randomness", Nassim Taleb volta com "O Cisne Negro", uma obra entre o livro de filosofia e o ensaio de gestão contemporânea.
O autor define Cisne Negro como um acontecimento que reúne três atributos: raridade, impacto extremo e previsibilidade retrospectiva (presentes nas Grandes Guerras, no 11/09 ou no "crash" de 1929) - considerados fundamentais, na medida em que são os "saltos da evolução" (que não se dá com as pequenas mudanças iterativas). Taleb considera que o "mundo civilizado" trabalha segundo a falsa convicção que os seus instrumentos podem medir a incerteza e a previsão é uma ciência. O livro aborda de forma frontal a cegueira face à aleatoriedade, considerado um problema endémico de natureza social.
A lógica bem fundamentada de Taleb torna o que não sabemos mais importante do que o que sabemos, ao ponto de considerar mais relevantes os livros que não lemos do que os que já lemos. É no não conhecimento que existe a probabilidade de ocorrência de um Cisne Negro, o factor que não está no espectro da previsão, abrindo-se assim caminho ao conceito "out of the box". O autor - que considera que ler jornais piora o conhecimento do mundo - conclui que o exercício da previsão realizado por analistas económicos não tem valor, porque ignora o imprevisível (Extremistão), onde os "milestones" ocorrem. O livro, que tanto dá exemplos de Wall Street como cita Popper, Balzac e Dickens de forma recorrente, merece uma leitura calma e pausada, mas basta uma passagem pelo prólogo para se retirar o "main value": Fundamentalmente, tomar consciência do que não se sabe e do risco e condicionamento que esse não-conhecimento pode proporcionar. No fim, fica o receio de que o autor esteja excessivamente certo e a navegação que conhecemos ignore os factores que de forma mais relevante condicionam o futuro.
O autor define Cisne Negro como um acontecimento que reúne três atributos: raridade, impacto extremo e previsibilidade retrospectiva (presentes nas Grandes Guerras, no 11/09 ou no "crash" de 1929) - considerados fundamentais, na medida em que são os "saltos da evolução" (que não se dá com as pequenas mudanças iterativas). Taleb considera que o "mundo civilizado" trabalha segundo a falsa convicção que os seus instrumentos podem medir a incerteza e a previsão é uma ciência. O livro aborda de forma frontal a cegueira face à aleatoriedade, considerado um problema endémico de natureza social.
Mais artigos do Autor
"Ctrl Alt Del"
24.06.2015
A Ciência das Compras
05.06.2015
"Do Over"
28.04.2015
"Lords of Strategy"
14.04.2015
“The One Thing”
01.04.2015
A Arte da Guerra no Serviço ao Cliente
10.03.2015