Os perigos das margens
As margens são essenciais à saúde de todas as empresas, a ganância pode contudo arrastar-nos a todos para um cenário de inflação prolongada que ninguém deseja.
As margens são essenciais à saúde de todas as empresas, a ganância pode contudo arrastar-nos a todos para um cenário de inflação prolongada que ninguém deseja.
Nos últimos sete anos de governação, o PS assumiu a lógica de captura do aparelho de Estado com nomeações e escolhas políticas que condicionaram, de uma forma ou de outra, o exercício dos cargos de governação e o papel de regulação e fiscalização das muitas entidades públicas que deviam desempenhar um trabalho independente.
Ao longo de 2023 este Governo será avaliado, em boa parte, pela forma como aplicar os fundos comunitários. E esta é uma área que exige igualmente coordenação e na qual Mariana Vieira da Silva tem revelado lacunas. Esta é uma segunda oportunidade para o Governo causar boa impressão, o que só conseguirá funcionando realmente como uma equipa em que todos executem a tática previamente definida.
O resultado dos dias que vivemos e das escolhas políticas realizadas, já fomos notificados por Marcelo Rebelo de Sousa, “cairá em cima do primeiro-ministro”. O problema é que, se correr mal, cairá também sobre os portugueses que olham para a estabilidade como garantia, engrossando uma crescente fatia da população que começa a desligar da classe política, a chamada erosão da confiança que descreve o estudo da fundação.
A ebulição mediática torna as crises políticas aparentemente irreversíveis para os humanos. Para a IA, as emoções não entram nas contas.
Dois sinais que podem dar esperança para um arranque de 2023 menos agitado: fechar com rapidez – porque sucesso é difícil antever – o dossiê da Efacec, agora que sabemos haver menos um interessado na corrida e não hesitar na reprivatização da TAP.
O novo ano trará mais uma remodelação governamental e desta vez é essencial não falhar, até porque é a autoridade política de António Costa que está em xeque.
O caso de Alexandra Reis não configura qualquer tipo de ilegalidade. Em contrapartida, revela uma confrangedora inabilidade política e uma deficiente articulação do Governo, incapaz de fazer o trabalho de casa mais elementar, o de rastrear os currículos de quem convida. A maioria absoluta tem promovido um inexplicável desleixo que penaliza a imagem deste Governo e provoca a erosão da confiança dos portugueses.