Este texto é tanto um desejo como um pedido para reflexão. Andámos anos a escrever sobre a Ydreams. Sobre as suas inovações. Sobre as suas perspectivas e estimativas. O sonho era grande. Os números irrealistas. Mas a vontade e as ideias estavam lá. E muitas estão. A Ydreams não morreu. Está a tentar sobreviver. Como tantas outras.
O caso não é diferente. Ganhou prémios. Ganhou aplausos. Ganhou elogios. Que servem, hoje, de pouco consolo para quem vê salários atrasados e para quem vê a empresa, agora, a braços com um plano de sobrevivência. Não há aplausos. Mas permitam-me que continue a aplaudir a Ydreams, António Câmara e os restantes fundadores.
A Ydreams merece o aplauso. Pelo menos por ter tentado durante tantos anos. E continuar a tentar. A Ydreams, tal como o nome antecipa, sonha. Sonhou muito alto. Tornou os números irrealistas e impossíveis. Demoraram a perceber? Continuaram a sonhar? É fácil para quem está de fora dizer que devia ter antecipado a crise; que devia ter travado o sonho.
Se estivesse nos Estados Unidos, o desfecho seria, possivelmente, diferente. Teria o ecossistema. Teria, possivelmente, financiadores. Teria escala. Teria mercado. Sejamos realistas. Neste país não há lugar para sonhadores. Falta saber o desfecho.
A Ydreams sonhava. Sonha. Portugal precisa de sonhadores. Que arrisquem. Que errem. Eu continuo a aplaudir. É que "sonhando, as árvores crescem ao contrário" [Herberto Helder].
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site do Negócios, efectue o seu registo gratuito.
Marketing Automation certified by E-GOI
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A. Consulte a Política de Privacidade Cofina.