Pontos quentes do mapa-mundo que Trump pintou com tarifas. E não só


Canadá
Tarifas adicionais de 25% sobre um conjunto de produtos numa retaliação contra o tráfico de fentanil - um opioide sintético - e outros estupefacientes nos EUA. A entrada em vigor das tarifas foi adiada por um mês, depois de Otava ter aceitado reforçar o patrulhamento da fronteira.

México
Trump impôs tarifas adicionais de 25%, numa represália contra a entrada de imigrantes ilegais e droga. Do México surgiu a promessa de decretar taxas na mesma dimensão. Depois de uma conversa telefónica com a Presidente mexicana, a introdução de tarifas foi adiada a troco do reforço de policiamento na fronteira.

Panamá
Para já, ficou a ameaça de retomar o controlo do Canal do Panamá, pelas elevadas taxas cobradas na travessia e pelo risco de influência chinesa. O governo panamiano recusou, mas anunciou na semana passada o fim de um acordo com Pequim para integrar a iniciativa "nova rota da seda".

Gronelândia
Ainda antes de tomar posse, Trump disse que não descartava o uso da força militar para controlo da Gronelândia para "fins de segurança nacional". A ilha poderia ser um ponto estratégico militar de interceção de mísseis. O território, que goza de autonomia política da Dinamarca também é rico em minerais, petróleo e gás natural, mas a exploração é proibida por questões ambientais.

União Europeia
É para já a grande incógnita em relação às tarifas adicionais que poderão ser impostas a produtos europeus. A introdução de taxas alfandegárias complementares poderia pôr em risco a maior área de comércio livre do mundo. Trump quer reduzir o elevado défice comercial para com os 27.

Gaza
Foi uma das medidas mais surpreendentes do novo mandato. Sugeriu que todos os palestinianos fossem retirados da Faixa de Gaza para ali construir uma "Riviera do Médio Oriente", com os EUA a assumirem o controlo do território, pondo fim ao conflito entre o Hamas e Israel.

Israel
O apoio a Telavive parece ter saído reforçado com o regresso de Trump à Casa Branca. Anunciou sanções ao Tribunal Penal Internacional depois de ter recebido Netanyahu, alvo de mandato de captura por alegados crimes de guerra em Gaza.

Ucrânia
As afirmações durante a campanha e já depois de tomar posse, indicam que Donald Trump quer reduzir de forma drástica o apoio militar e financeiro a Kiev. No entanto, na semana passada afirmou que poderia manter algum tipo de ajuda em troca da exploração de recursos naturais do país.

Rússia
No primeiro mandato houve grande aproximação entre Washington e Moscovo, que acabou por esfriar durante a administração Biden. Neste fim de semana, falou com Vladimir Putin e afirmou numa entrevista que o presidente russo quer acabar com as mortes na Ucrânia. Trump já disse que as negociações para terminar com a guerra "tiveram grandes progressos".

Arábia Saudita
O príncipe saudita anunciou um investimento de 600 mil milhões de dólares nos EUA nos próximos quatro anos, mas no Fórum de Davos Trump indicou que esse envelope até pode ser mais generoso, chegando a um bilião de dólares. Foi também na Suíça que pediu aos sauditas que aumentem a produção de petróleo para fazer descer o preço da matéria-prima.

China
É também uma incógnita sobre o que acontecerá nas próximas semanas. Para já, estão decretadas tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos chineses pelo défice comercial. Pequim respondeu com tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito e 10% para o petróleo, maquinas agrícolas e alguns carros de luxo. Reabriu ou iniciou investigações a multinacionais tecnológicas norte-americanas por concorrência desleal e monopólio.