Os ataques terroristas podem ter tirado algum protagonismo a outros temas, mas os eleitores britânicos deverão ter em mente as propostas económicas dos partidos na hora de escolherem em quem votar. Conheça algumas das principais ideias dos conservadores e dos trabalhistas.
Gestão das
contas públicas
Impostos sobre
famílias e empresas
Investimento e economia
Schengen
Os conservadores são menos ambiciosos do que os trabalhistas nas suas promessas de equilíbrio das contas públicas britânicas. Theresa May prevê eliminar o défice orçamental do Reino Unido a meio da próxima década. "Os conservadores acreditam que se deve equilibrar as contas e pagar as dívidas porque é errado transferir para gerações futuras uma conta que não pode ou não vai pagar", lê-se no programa eleitoral.
Os trabalhistas são mais agressivos na promessa de ajustamento do défice. Jeremy Corbyn quer tirar as contas do Reino Unido do vermelho em cinco anos, argumentando que são necessárias contas públicas sólidas para sustentar os serviços providenciados pelo Estado. Recorde-se que o Reino Unido está há mais de uma década e meia em situação deficitária. No ano passado, o saldo orçamental fixou-se nos -3%, depois de um máximo de -10,1% em 2009.
Nota: As respostas dos candidatos baseiam-se no programa de cada partido e nas análises feitas pela BBC, Guardian e Telegraph.
Neste tema, as diferenças ideológicas são claras. Os conservadores sublinham a sua identidade mais liberal, prometendo impostos o mais baixo possível. Está prevista um redução da taxação sobre as empresas (de 20% para 17%), aumentar o limite do último escalão de IRS para as 50 mil libras/ano e manter o IVA a 20%. Poderá haver algum alívio fiscal para casais, compensado com um maior esforço dos reformados com pensões acima de 150 mil libras.
Já Corbyn, apesar de prometer não mexer nos impostos para quem ganha menos de 80 mil libras/ano (95% dos contribuintes), promete agravar a taxação sobre os britânicos mais ricos. Impostos sobre rendimentos de capital também pode ser aumentados, assim como sobre o lucros das empresas. Os trabalhistas querem ainda criar um novo imposto chamado Robin Hood, para aplicar a produtos financeiros mais sofisticados (derivados, por exemplo).
Nota: As respostas dos candidatos baseiam-se no programa de cada partido e nas análises feitas pela BBC, Guardian e Telegraph.
May promete expandir os direitos dos trabalhadores, incluindo a representação dos mesmos nas administrações das empresas. Haverá mais protecções para quem esteja na "gig economy" (motoristas da Uber, por exemplo) e uma actualização do salário mínimo pelo menos até 2022. Na área dos reformados, May deixou cair o polémico imposto da demência, mas pondera eliminar o "triple lock" em 2020 - garantia de subida de 2,5%/ano das pensões do Estado -, mantendo apenas a indexação à inflação ou aos salários médios.
É uma área onde os trabalhistas são agressivos, planeando dar os mesmos direitos e protecção laboral a todos os trabalhadores (part-time ou tempo inteiro, no quadro ou com contrato a prazo). Querem também subir o salário mínimo para 10 libras/hora até 2020, duplicar a licença de paternidade para quatro semanas e acabar com os estágios não remunerados. Ao contrário de May, Corbyn tem sido claro na promessa de manter o "triple lock" nas pensões.
Nota: As respostas dos candidatos baseiam-se no programa de cada partido e nas análises feitas pela BBC, Guardian e Telegraph.
Os conservadores prometem aumentar o investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) até ao valor médio da OCDE (2,4% do PIB) nos próximos dez anos. Para atingir essa meta, vão lançar um fundo de investimento para a produtividade nacional, com poder de fogo de 23 mil milhões de libras. May quer também criar limites aos preços da energia, que permitam proteger os britânicos mais pobres, sem comprometer a lógica de mercado.
Corbyn quer um novo banco de investimento que sirva para cobrir as necessidades de crédito que os bancos privados não satisfazem, com especial destaque para projectos com uma forte dimensão de I&D. Os trabalhistas prometem injectar 250 mil milhões de libras na economia nos próximos dez anos, esperando criar um milhão de postos de trabalho. Empresas com contratos com o Estado terão de pagar em 30 dias aos seus fornecedores.
Nota: As respostas dos candidatos baseiam-se no programa de cada partido e nas análises feitas pela BBC, Guardian e Telegraph.