Ciclo da poupança
Famílias com capacidade para poupar tornam as economias mais resistentes. Por um lado, permitem mais facilmente a adpatação a períodos de redução dos rendimentos. Por outro, alimentam o investimento.
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O ciclo da poupança começa com a acumulação de rendimento por parte das famílias. Mas têm de ser descontados os impostos e as contribuições sociais para perceber que parcela fica disponível. A carga fiscal em Portugal deverá ficar este ano em 34,7% do PIB. Dados de 2016 mostram que a média da zona euro era de 40,1%.
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Do rendimento disponível, as famílias em Portugal afectam a maior parte para consumo. O consumo de bens duradouros pesa 9,3% no total dos gastos, sendo que o bem que mais se destaca são os automóveis. Os bens alimentares pesam 19% e os outros tipos de bens e serviços não duradouros respondem por quase 72%, mostram os dados de 2017. Este consumo alimenta as vendas das empresas. Se ficar demasiado contido, como aconteceu durante a crise, a economia sai prejudicada.
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A parcela que não é gasta, é considerada poupança, mesmo que seja aplicada noutros produtos financeiros que não depósitos. Pode ser investida no mercado de capitais ou colocada em produtos de aforro do Estado, por exemplo. Mas de uma forma ou de outra, alimenta a economia, na medida em que permite às empresas financiar a sua actividade, financia o Estado e permite aos bancos desenvolver actividade. Em Agosto as famílias tinham 142,1 mil milhões de euros em depósitos.
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Os depósitos das famílias são utilizados pelos bancos para emprestar. Na prática, geram consumos que fazem a economia mexer. Podem também ser usados para financiar investimento, o que os torna mais produtivos. O stock de crédito concedido às empresas ainda estava a baixar em Setembro deste ano, mas a quebra tem sido cada vez menor (0,7%). Já o stock de crédito concedido às famílias começou a subir em Agosto (0,7%), mas apenas à custa do crédito ao consumo.
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Se empresas e famílias fizerem boas opções na aplicação do financiamento que obtêm, geram mais negócio, mais produção e mais emprego. O rendimento dessa actividade voltará às mãos das famílias, na forma de salários ou de outros tipos de rendimentos, alimentando o ciclo da poupança. Em última análise, o objectivo será proporcionar o aumento do bem-estar das famílias e da sociedade, de forma sustentada - o que não é possível se os consumos forem alicerçados apenas por dívida.
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