Portugal crescia menos, mas também devia menos
A comparação entre as perspectivas para a economia portuguesa em 2013 quando abriu caminho para os mercados e a situação actual da economia grega evidencia os desafios helénicos.
Taxa de juro da emissão
4,625%
4,891%
A Grécia emitiu com uma taxa mais baixa do que Portugal, quando regressou ao mercado em Janeiro de 2013. Mas o prémio face à dívida alemã a cinco anos é maior na emissão grega (477 pontos base). Na emissão portuguesa de 2013 foi de 430 pontos base.
"Rating"
CCC
BB
A Grécia está em desvantagem na análise das três principais agências. Em 2013, os "ratings" de Portugal eram entre um a três níveis abaixo de grau de investimento. Actualmente, na Grécia são entre o sexto e o sétimo nível de "lixo".
Dívida (% do PIB)
178,8
123
A elevada dívida pública é um dos principais fardos sobre a economia grega, implicando a necessidade de muitos anos de ajustamento. A seu favor, os gregos têm maturidades mais longas e juros baixos nos empréstimos europeus.
Saldo orçamental (% do PIB)
-1,2
-5,5
A Grécia garantiu um excedente orçamental de 0,7% em 2016. Este ano, o valor deverá piorar para um défice de 1,2% do PIB, prevê a Comissão Europeia. Ainda assim melhor do que o défice esperado para Portugal em 2013 pelos técnicos de Bruxelas.
Crescimento do PIB
2,1
-2,3
A par com as perspectivas para a Zona Euro, este é o indicador em que a Grécia de 2017 bate por larga distância Portugal de 2013. A Comissão espera um crescimento de mais de 2% em Atenas em 2017, e apontava para uma recessão em Portugal em 2013.
Crescimento zona euro
1,7
-0,4
O regresso da Grécia aos mercados sai beneficiado pelo melhor momento económico actual. Na Primavera de 2013, a Comissão Europeia previa uma contracção do PIB da Zona Euro, que se verificou. Agora aponta para um crescimento próximo dos 2%.
Taxa de desemprego
22,8
18,2
O desastre económico grego é capturado pela taxa de desemprego que, dez anos após o início da crise internacional, permanece bem acima dos 20%. Em Portugal, em 2013, a Comissão previa uma taxa de 18%, mas acabou por ficar nos 16,4%.
Crédito malparado (% do total)
46
17
A saúde do sector financeiro continua a pesar sobre a recuperação grega. O malparado continua a representar quase metade do crédito total e o país continua sujeito a controlos de capitais e logo extremamente dependente de financiamento do BCE.