O aumento de produtividade nas produções de kiwi face a 2016 bem como a entrada em plena produção de plantações mais recentes, fazem com que este fruto registe a maior produção de sempre, superando pela primeira vez as 30 mil toneladas, segundo as previsões agrícolas do INE. Mais 10 mil que no ano passado.
A apanha de maçã que decorreu essencialmente em Agosto e Setembro deverá levar a um aumento de produção para as 300 mil toneladas, mais 25% que no ano passado. O granizo que caiu em Julho e finais de Agosto fez com que, em especial nos pomares situados no Norte do país, parte da produção fosse desviada para a indústria.
A produção de pêra (Pêra Rocha é a variedade predominante) deve aumentar este ano 20% comparativamente com a última campanha, atingindo "valores próximos da média do quinquénio", embora muito abaixo dos níveis registados em 2013 e 2014, salienta o INE. A produção deve atingir as 165 mil toneladas.
A colheita de tomate para indústria, que terminou na primeira semana do mês passado, não foi penalizada, com a produção a crescer 5% relativamente ao ano passado para os 1,68 milhões de toneladas, o que se verificou apesar dos "fortes ataques de mosca branca e de ácaros" ocorridos na fase final da campanha.
O INE antecipa um "bom ano vinícola". Apesar de a falta de humidade e das elevadas temperaturas terem provocado "algum engelhamento nos bagos", o "elevado número de cachos e de bagos por cacho" e a reduzida incidência das principais doenças levou a um aumento de 10% na produção de vinho para mais de 6,3 milhões de hectolitros.
A produtividade do olival para azeite aproximou-se da média dos últimos cinco anos, +1%. Mas se nos olivais de regadio foi possível conduzir à maturação grande parte da carga das árvores, já nos de sequeiro, ainda com grande representatividade, a falta de chuva em Setembro e Outubro e as temperaturas altas levaram a perdas de produtividade.
"Os castanheiros em solos com menor capacidade de retenção de água apresentam sinais de grande stress hídrico, com situações extremas de morte de árvores. A castanha mais temporã, já colhida, apresentou calibres reduzidos e miolo desidratado, com fraco poder de conservação e por vezes bichado. A produção deve cair 15%.
"A falta de água disponível na bacia hidrográfica do Sado" levou à diminuição da área semeada, contribuindo para uma quebra de 10% na produção face à média do período entre 2012 e 2016 nessa bacia. A nível nacional, a superfícies diminuiu 5%. A produção deve ser de 161 mil toneladas, a mais baixa do último quinquénio.
A produção de milho beneficiou dos "dias quentes e secos" para garantir um crescimento de 5%. Mas, algumas searas, refere o INE, "foram colhidas com níveis de humidade muito inferiores ao normal, havendo situações em que milho não necessitou de secador, o que, embora reduzindo os custos, se traduziu numa diminuição da qualidade da colheita".
"A falta de chuva continua a atrasar o início de ciclo das pastagens de sequeiro, que apresentam reduzida disponibilidade forrageira, registando-se um aumento significativo da suplementação dos efectivos pecuários". Está, pois, a ser dado aos animais alimentos conservados. Mais grave é a situação na zona dos incêndios.