Alternativa para a Alemanha (AfD)
Mais do que a esquerda radical (Die Linke), que também enfrenta dificuldades para encontrar aliados no Bundestag, o Alternativa para a Alemanha (AfD) surge claramente como um partido pária na política germânica. De movimento académico anti-euro a potencial terceira força no Bundestag, a ascensão AfD foi meteórica. Criado em 2013, o AfD ganhou relevância no quadro partidário alemão com a chegada, em 2015, de Frauke Petry à liderança do partido. Foi Petry a responsável pela guinada à direita que levou a revista Der Spiegel a classificar esta força como de “extrema-direita”.
O crescimento eleitoral do AfD foi surfado na onda da maior crise migratória desde a Segunda Guerra. Opondo-se à política de “portas abertas” da chanceler alemã que, em 2015, fez chegar um milhão de refugiados ao país, o AfD ultrapassou 15% das intenções de voto no pico da crise migratória.
As quezílias internas que levaram à saída de Petry da liderança – defendeu menor radicalismo para chegar ao eleitorado mais moderado – e a saída progressiva do tema dos refugiados da agenda mediática implicaram um recuo para, segundo as sondagens mais recentes, 8% a 10%. Seja como for, tudo aponta para que o AfD (já representado em 13 dos 16 parlamentos regionais) ultrapasse o limiar mínimo de 5% que garantirá a inédita entrada no Parlamento alemão.
E se a dupla liderança de Alice Weidel e Alexander Gauland alcançar uma votação na ordem dos 10%, o AfD pode mesmo tornar-se na terceira força germânica e, eventualmente, assumir-se como o maior partido da oposição. No horizonte das prioridades está impedir a “islamização da sociedade” alemã.