O que propõem os candidatos?
Financiamento, redução do passivo e emissões obrigacionistas
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Luís Filipe Vieira
O atual presidente das “águias” defende a estratégia seguida nos últimos anos. “Em função da crise mundial existente, não é expectável que haja redução do endividamento até 2022, mas as novas emissões não deverão ultrapassar os montantes existentes à data de hoje”, diz. A redução do passivo deverá manter-se, conclui.

João Noronha Lopes
“A nossa estratégia financeira assenta em princípios de rigor de gestão, assentes nas melhores práticas de mercado”, diz Noronha Lopes. O financiamento deverá privilegiar o crédito junto de instituições financeiras e as emissões obrigacionistas. Sobre o passivo, o foco é o rácio dívida financeira líquida/resultados operacionais.

Rui Gomes da Silva
Nos próximos anos o Benfica tem de gerir o seu passivo, considera Rui Gomes da Silva. Sem qualquer financiamento adicional, a não ser o que resultar da diminuição muito substancial dos jogadores com contrato profissional. As emissões de obrigações, por princípio, só serão admissíveis em situações extraordinárias.
Redução de custos com o plantel e possibilidade de impor tectos salariais
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Luís Filipe Vieira
Luís Filipe Vieira é perentório: “Não é necessário definir qualquer tipo de tecto” salarial. Recorde-se que neste defeso o Benfica contratou vários jogadores por montantes elevados e com salários avultados, num investimento para tornar a equipa mais competitiva a nível interno e nas competições europeias.

João Noronha Lopes
“Queremos estar sempre na Champions e, para isso, precisamos dos melhores jogadores disponíveis, mas sendo exigentes e rigorosos e sem ameaçar o equilíbrio”, diz. “Iremos definir um target de custo de pessoal sobre receitas totais inferior ao estipulado nas regras do ‘fair play financeiro’”, indica Noronha Lopes.

Rui Gomes da Silva
O candidato afasta a necessidade de impor tectos salariais, mas promete uma redução substancial do número de atletas, e, consequentemente, dos valores a pagar. “Mais de 100 jogadores é uma perfeita loucura incompreensível”, diz. Parte dessa poupança será utilizada na valorização dos vencimentos dos atletas.
Dependência de transferências e ligação a alguns agentes
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Luís Filipe Vieira
A atual direção diz que “optou por apostar num plantel mais caro para ser mais competitivo a nível europeu”. Esta opção implica a “venda regular de alguns jogadores”. A alternativa, refere, era reduzir os encargos, mas a equipa seria desportivamente mais fraca. E nega que exista excessiva dependência de alguns agentes.

João Noronha Lopes
O candidato defende uma “melhor alocação de capital para reter os melhores jogadores e garantir sucesso desportivo”. E assinala que nove dos 22 jogadores contratados que integram os quadros do Benfica estão emprestados. E quer uma gestão mais profissional sem dependência de uma pessoa ou de “agendas imediatas”.

Rui Gomes da Silva
Gomes da Silva não poupa a atual direção e considera que “se a situação financeira é tão boa como dizem”, os jogadores apenas devem sair pela cláusula de rescisão. Defende uma menor dependência de transferências e o fim da “parceria estratégica” [com Jorge Mendes] que “tem sido prejudicial ao interesse do Benfica”.
Renegociação com a Nos, centralização de direitos televisivos e Benfica TV
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Luís Filipe Vieira
Vieira sublinha que o atual contrato com a Nos vigora até 2026 e indica não estar prevista qualquer renegociação. A manutenção da Benfica TV “nunca foi posta em causa”, frisa. Admite estudar “a centralização dos direitos televisivos, desde que não seja posto em causa o montante anual auferido pela SAD no período 2025/26”.

João Noronha Lopes
“A negociação de um novo contrato de direitos televisivos só surge em 2026, mas estamos preparados para discutir o tema”, diz. Sobre a centralização de direitos, afirma que a gestão das competições tem levado a um “empobrecimento” da Liga, mas, neste cenário, “está fora de questão o Benfica abdicar da sua posição”.

Rui Gomes da Silva
O candidato diz que “o Benfica não tem querido pôr em cima da mesa cláusulas que poderão acrescentar cerca de 10 milhões por ano a esses pagamentos [da Nos]. Se assim for, é o que faremos”. E defende a centralização de direitos televisivos, com o Benfica a liderar o processo, a definir critérios e a atribuição dos montantes.
Estratégia para limitar perdas de receita devido à pandemia
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Luís Filipe Vieira
O presidente diz que “a Benfica SAD é a mais bem preparada para enfrentar a atual crise pandémica”. “A situação patrimonial da SAD ultrapassa os 160 milhões de euros. Qualquer necessidade extra de tesouraria que possa vir a emergir no futuro será resolvida através dos mecanismos tradicionais de financiamento”, indica.

João Noronha Lopes
Noronha Lopes sublinha que a pandemia é uma situação “conjuntural e não estrutural”. Estima que as perdas de receitas se situarão entre 20 e 40 milhões de euros. “Dependendo do nível de perda de receitas, adotaremos a estratégia mais adequada, que pode passar por contratar mais dívida ou pela venda de ativos não essenciais.”

Rui Gomes da Silva
“O Benfica perderá cerca de 50% da sua receita operacional. E a ligação aos interesses dos empresários levará a que a venda de jogadores seja a única receita que vão encontrar”, estima. “O que se lamenta, pelo investimento louco feito para não perder eleições, e porque isso vai servir de desculpa para vender mais jogadores”, diz.
Renegociação de patrocínios, “naming” do estádio e novos projetos
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Luís Filipe Vieira
Vieira diz que os contratos de patrocínio que expiram neste mandato serão renegociados. Indica ainda que as negociações para o “naming” do estádio “continuam a decorrer”, mas reconhece que este “momento não é fácil”. A geração de receitas passa por uma contínua aposta no digital e um reforço das atividades internacionais.

João Noronha Lopes
“O eventual ‘naming’ comercial do estádio é uma questão muito sensível e temos de avaliar os prós e os contras, em particular o retorno concreto que nos pode trazer”, considera. Aposta em elevar a receita da Champions de 38,7 milhões anuais para 60 a 70 milhões. Aposta também no digital para reforçar a marca Benfica.

Rui Gomes da Silva
Admite renegociar patrocínios e o “naming” do estádio, mas “desde que isso não leve a que o Benfica perca o controlo da maioria ou da capacidade de decisão na SAD”. Aposta em lançar “um cartão de pagamentos que renderá cerca de 5 milhões de euros anuais para as modalidades amadoras e Casas do Benfica”.