Joaquim Miranda Sarmento
Professor do ISEG da Universidade de Lisboa
O governo desce o défice via crescimento, mas também com aumento dos dividendos do Banco de Portugal (2016-2018; mil milhões de euros), redução da despesa com juros (800 milhões de euros), aumento de impostos indiretos (1,2 mil milhões de euros em 3 anos) e medidas "one-off" de 1,2 mil milhões (venda F-16, PERES, garantias do BPP, devolução de pre-paid margins). Somadas, as receitas que não dependem do crescimento chegam a 4,2 mil milhões de euros que foram usados no aumento da despesa estrutural de 1,8 mil milhões, na redução do IRS (1,2 mil milhões em 3 anos) e no IVA da restauração (400 M€).
José Reis
Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Não me parece. Se há aspecto que caracterize os orçamentos do actual governo é terem procurado uma relação estrutural com a economia e com a sociedade. É disso que a consolidação depende. Ainda há questões em aberto para seguir essa linha. O investimento público é uma delas. É daí que me parece que resultam problemas, dadas as constrições a que os orçamentos estão sujeitos. Os factores pontuais são úteis quando estão ligados a bons objectivos que podem ser prosseguidos com a política fiscal.