Renzi fica
Se as alterações à Constituição forem aprovadas, Matteo Renzi poderá continuar a chefiar o Governo italiano. Pode esperar pelas legislativas agendadas para 2018 para, nessa altura, tentar reforçar a posição do PD no Parlamento.
Renzi demite-se
Se conseguir uma vitória consistente, Renzi poderá apresentar a demissão para, já com uma nova lei eleitoral revista, tentar capitalizar em eleições antecipadas. E legitimar-se pela primeira vez em legislativas, reforçando o peso parlamentar do PD.
Renzi fica
Apesar de ter prometido demitir-se se perder o referendo, Renzi poderá ficar, pelo menos a prazo, até à aprovação do Orçamento do Estado para 2017.
Renzi demite-se
Perdendo, o mais certo é que Renzi cumpra a palavra e apresente a demissão ao Presidente da República. No entanto, tal decisão poderá resultar em vários cenários.
Solução PD
Aceitando a demissão do primeiro-ministro, o Presidente Mattarella poderá voltar a convidar Renzi a formar um novo Governo. Se não o fizer ou se Renzi não aceitar tal possibilidade, o chefe do Estado pode tentar encontrar no PD alguém capaz de reunir o apoio necessário junto de um Parlamento muito dividido. Pretendentes não faltarão, até porque Renzi continua a ser desafiado por inúmeras figuras do partido, tais como os antigos líderes Pier Luigi Bersani ou Enrico Letta. Mais difícil seria alguém do PD reunir consenso.
Governo tecnocrata
É uma solução habitual em Itália, principalmente quando não se vislumbra nenhum elemento vindo directamente dos partidos capaz de reunir, no Parlamento, os apoios necessários à formação de Governo.
O exemplo mais recente é o do economista Mario Monti, que
sucedeu em 2011 a Silvio Berlusconi, que apresentara demissão. Este tipo
de solução não pode ser
considerada meramente técnica, porque, por norma, os governos chamados tecnocratas não dispensam um carácter fortemente político.
Eleiçõesantecipadas
Se concluir que não tem uma opção melhor, o Presidente poderá ceder à pressão dos partidos da oposição e antecipar as eleições, previstas apenas para 2018, logo para os primeiros meses de 2017. Este é o cenário que envolve um maior grau de incerteza porque, além de originar uma crise política, poderia facilitar a chegada do Movimento 5 Estrelas ao poder. Nesta altura, PD e 5 Estrelas estão ombro a ombro na disputa pela liderança nas sondagens. Convocar novas eleições também reforçaria a pressão dos mercados sobre Itália.