Acções são aposta consensual
Com a expectativa de que a política orçamental nos EUA puxe pela inflação e pelo crescimento, uma das visões mais consensuais é a aposta em acções. "As acções globais podem ter os maiores benefícios num ambiente generalizado de reflação, que poderá conceder um maior apoio ao crescimento dos lucros", refere a Pioneer. Apesar deste consenso, em relação às regiões com maior potencial as perspectivas divergem. Se por um lado a economia dos EUA pode crescer, por outro as avaliações das acções americanas estão caras. E se na Europa as bolsas podem beneficiar com o euro fraco, existem incertezas devido aos riscos geopolíticos.
Obrigações indexadas à inflação
As expectativas do mercado são de as taxas de juro e a inflação tenham já batido no fundo e comecem a subir. Nesse cenário, as obrigações de taxa fixa tendem a ser prejudicadas. A BlackRock aponta como um dos seus activos favoritos instrumentos indexados à inflação para proteger as posições para uma subida dos preços. Elege ainda a dívida de empresas de elevada qualidade em detrimento de obrigações soberanas.
A BlackRock recomenda títulos indexados à inflação.
Estabilização das matérias-primas
Após quedas a pique no início do ano, o preço de matérias-primas como o petróleo e mercadorias industriais recuperou com a expectativa de que após um período de excesso de oferta se caminhasse para um equilíbrio. Mas o Credit Suisse antecipa que o caminho até se equiparar a oferta com a procura será difícil e que poderá ocorrer apenas no segundo semestre de 2017. Nesta classe de activos, o banco prefere as matérias-primas ligadas à energia, já que os cortes de investimento do passado poderão levar a uma mais rápida diminuição da oferta. Para o ouro, há ventos contrários, mas continua a ser um factor de diversificação.
O reinado do dólar vai continuar
A diferença de rumo entre as políticas monetárias nos EUA e noutras regiões do mundo, como a Zona Euro ou o Japão, por exemplo, são vistas pelos analistas como favoráveis ao dólar. Além desse factor, o Goldman Sachs refere que o efeito Trump acabou por dar força à "nota verde" e que no próximo ano existem factores na Europa que podem acabar por se fazer ressentir na moeda única, como as várias eleições e as consequências do Brexit. Uma das apostas do banco de investimento passa por apostar na subida do dólar face ao euro e à libra. A BlackRock antecipa a subida do dólar também face a divisas emergentes.
Emergentes, dos riscos ao potencial
As expectativas de um dólar forte e de subidas nos juros nos EUA já causaram no passado a turbulências nos emergentes. Mas entidades como a BlackRock consideram essas economias estão agora melhor preparadas. E defendem que os preços actuais das obrigações e acções suportam esse risco. São dos activos preferidos pela gestora. Já a Candriam, apesar de notar progressos, adverte que os emergentes ainda apresentam riscos.
Emergentes entre as boas avaliações e o impacto de Trump e do dólar.