Risco Sistémico
Além do baixo crescimento, o relatório da CMVM nota que os desenvolvimentos políticos "pós-Brexit" aumentaram a incerteza e podem abrir espaço à saída de outros países da UE. A divergência na política monetária e a situação delicada do sector financeiro são outros riscos salientados. O stress medido na dívida portuguesa este ano é superior a 2015, segundo um indicador do BCE.
Risco de financiamento
Apesar de notar alguns progressos, o relatório sublinha que o endividamento das empresas continua em níveis muito elevados e representa um constrangimento ao investimento. A que se juntam "perturbações" no sector bancário. O nível de malparado continua a ser preocupante, contrariando a melhoria que se regista na maioria dos países do euro.
Mercado de capitais
"A Zona Euro e os mercados accionistas globais registaram períodos de intensa volatilidade de curto prazo durante 2016", sublinha o relatório, que dá como exemplo o período que se seguiu ao Brexit. As acções do sector financeiro continuam a apresentar, a longo prazo, um desempenho pior do que o restante mercado.
Mercado obrigacionista
A CMVM mostra preocupação com a pouca diferenciação do risco nas obrigações revelado nas taxas exigidas pelos investidores. A diferença entre os juros de obrigações com "rating" A e BBB está próxima de mínimos históricos. O relatório nota ainda o aumento do "spread" entre a dívida portuguesa e a alemã.
Mercado imobiliário
O relatório assinala uma aceleração na venda de casas e no aumento dos preços do imobiliário em 2016, sobretudo nas regiões turísticas. Uma evolução que não tem sido acompanhada da mesma forma pela avaliação bancária, num sinal de prudência dos bancos. Ainda assim, a CMVM recomenda uma "vigilância atenta" destes indicadores.
Riscos dos Investidores
De acordo com a CMVM, os últimos indicadores sugerem que a confiança dos investidores nos fundos de investimento em Portugal voltou a diminuir, com os aforradores mais inclinados a colocar as poupanças em depósitos bancários e dívida emitida pela Estado. A nível global os investidores têm vindo a reduzir a exposição a dívida soberana.
Riscos cibernéticos
O documento assinala que "relatórios recentes revelam que as ameaças cibernéticas dirigidas às entidades financeiras, mercados e infra-estruturas têm vindo a aumentar na sua quantidade, complexidade e importância". Alerta, por isso, que a mitigação deste tipo de riscos deve constar da agenda dos reguladores e outros participantes nos mercados.