O que os separa nos temas económicos
A candidatura chegou a defender um tecto para as despesas públicas, igual a 50% do PIB, mas deixou cair a ideia. Na moção, consta apenas a intenção de reduzir o endividamento e o peso do Estado através de um reforço das políticas de contenção orçamental. Mas, Santana rejeita um país obcecado pelo défice zero, "só pelo lado da despesa", afastando-se assim de uma ideia muito colada ao PSD de Passos nos anos da troika. Santana defende, ainda assim, um saldo corrente primário positivo.
Tal como Santana, Rui Rio considera que a capacidade do Estado não se mede pelo peso que este tem no PIB. "O problema não está em termos mais ou menos Estado", lê-se na moção de estratégia que leva ao congresso. Apesar de mais colado à imagem de um candidato defensor da austeridade, Rio não chega ao ponto de se comprometer com metas de indicadores. Mas deixa um recado: É preciso "garantir que as alterações da despesa pública são sustentáveis no médio e longo prazo".
Fonte: Moções de estratégia ao Congresso
Na moção, Santana defende que é pela via do crescimento económico que se conseguem melhorias na frente orçamental. Fixa como objectivo pôr o país a crescer mais de 3% e argumenta que "é o crescimento económico sustentado que levará a uma descida gradual e consistente do défice e da dívida e tornará as contas públicas equilibradas". Uma ideia um pouco mais próxima daquela com que António Costa chegou ao Governo.
Rui Rio afasta a procura interna como um estímulo à economia e considera que, o actual Governo ao fazê-lo, está a expor a economia portuguesa a riscos externos. O candidato defende como "pilares decisivos" do crescimento, Rio escolhe contas públicas equilibradas, investimento produtivo, inovação e exportações de bens e serviços. O objectivo é pôr a economia a crescer acima da Zona Euro.
Fonte: Moções de estratégia ao Congresso
Santana mostra-se um defensor do alívio do IRC, como forma de melhorar o ambiente para as empresas e estimular o crescimento económico. Esta é uma questão que o separa de Rio, que prefere colocar a tónica na burocracia que as empresas enfrentam. Além disso, o candidato defende ainda um desagravamento fiscal na tributação das remunerações do trabalho jovem. Não fica claro, porém, se esta baixa de impostos seria em sede de IRC - para estimular a contratação - ou de IRS.
Rio dá importância à criação de um ambiente que ajude as empresas, mas não opta por propor uma redução do IRC, como faz o seu rival de partido. "A maior parte dos investidores não elege a carga fiscal como um dos entraves ao investimento, mas antes a burocracia, a instabilidade, as alterações recorrentes ao quadro existente, bem como a morosidade na resolução dos litígios", defende. Rui fala também na necessidade de aliviar fiscalmente as classes médias e os trabalhadores por conta de outrem.
Fonte: Moções de estratégia ao Congresso
Santana considera que a sustentabilidade da Segurança Social está em risco, mas não abre o jogo quanto a soluções. Na moção lê-se que o candidato quer uma avaliação regular e independente do sistema contributivo para perceber qual a capacidade do sistema para pagar pensões. Santana Lopes argumenta que o risco em torno da falta de sustentabilidade deve ser enfrentado mesmo em períodos em que a economia está a crescer.
Para Rui Rio a sustentabilidade da Segurança Social está comprometida pela progressiva redução da população em idade activa. "Ignorar ou adiar este desafio é uma
irresponsabilidade que o PSD não está disposto a subscrever", defende o ex-autarca do Porto, acrescentando que "a reforma da Segurança Social é uma das reformas estruturais que assume a maior urgência", mas que depende de um compromisso parlamentar "alargado".
Fonte: Moções de estratégia ao Congresso