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Fitch melhora perspectiva do BCP e CGD mas mantém "rating" no "lixo"

Entre os cinco bancos analisados pela Fitch, apenas o "rating" do Santander Totta e do Montepio Geral foi revisto em alta. As notações do BCP e CGD permanecem três níveis abaixo de "lixo".

banqueiros banca félix morgado montepio António Ramalho Novo Banco Paulo Macedo CGD Nuno Amado BCP
banqueiros banca félix morgado montepio António Ramalho Novo Banco Paulo Macedo CGD Nuno Amado BCP Miguel Baltazar/Negócios
21 de Dezembro de 2017 às 16:37

A melhoria de dois níveis que a Fitch aplicou ao "rating" na dívida portuguesa não foi suficiente para a agência melhorar a notação financeira dos dois maiores bancos portugueses, que permanecem assim no nível de "lixo".

De acordo com as notas publicadas esta quinta-feira, 21 de Dezembro, a Fitch melhorou a perspectiva ("outlook") do "rating" do BCP de "estável" para "positivo, tendo tomado a mesma decisão para o "rating" da Caixa Geral de Depósitos.

O "rating" daqueles que são os dois maiores bancos portugueses permanece assim em BB-, o que corresponde ao terceiro nível de "lixo".

A 15 de Dezembro a Fitch elevou o rating da República Portuguesa em dois níveis, para BBB, uma notação financeira que se encontra já quatro níveis acima do "rating" do maior banco privado português e do banco do estado que foi recapitalizado este ano.

Norma geral, quando elevam o "rating" de um soberano, as agências aplicam uma decisão da mesma magnitude às emitentes desses países. Ainda hoje a Fitch elevou o "rating" da cidade do Porto em BBB, igualando o de Portugal.

Quanto aos restantes bancos portugueses, a Fitch melhorou o "rating" da Caixa Económica Montepio Geral, para B+, o que corresponde ao quarto nível de lixo e apenas um grau abaixo do BCP e da CGD.

O "rating" do BPI foi reafirmado em BBB-, um nível acima de "lixo", enquanto o "rating" do Santander Totta subiu um nível para BBB+ (três níveis acima de "lixo").

Fraca qualidade dos activos pressiona BCP

Na nota dedicada ao BCP, a Fitch justifica a notação do banco liderado por Nuno Amado com a "fraca" qualidade dos activos, embora note que estão a "melhorar", o que coloca pressão sobre a rentabilidade operacional e a geração interna de capital.

Os indicadores que medem a qualidade dos activos permanecem fracos, reflectindo o ‘stock’ considerável de activos problemáticos, embora o banco tenha efectuado bons progressos na sua redução", refere a nota. Apesar do aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros efectuado no arranque do ano, a Fitch considera que o BCP permanece vulnerável a choques adicionais na qualidade dos activos.

"Fraca rentabilidade" da CGD preocupa

No que diz respeito ao banco do Estado, as preocupações da Fitch são muito semelhantes às apontadas para o BCP. "A qualidade dos activos da CGD permanece fraca quando comparada internacionalmente, tendo sofrido com a recessão que afectou Portugal entre 2011 e 2014", refere a agência de notação.

O "rating" três níveis abaixo de "lixo" reflecte também a "fraca rentabilidade". Ainda assim, a melhoria na perspectiva deve-se ao facto de a agência esperar que a gestão liderada por Paulo Macedo vai executar o plano de reestruturação, que originará "melhorias na rentabilidade nos próximos 18 a 24 meses".

Reforço dos rácios de capital beneficia BPI

O "rating" do BPI permanece no grau de investimento, com a Fitch a destacar o reforço dos rácios de capital e os progressos efectuados na implementação do plano de reestruturação para baixar custos.

A agência destaca igualmente a "qualidade dos activos mais forte" do que os pares domésticos, embora a geração de resultados seja ainda "modesta".  

Reforço de capital justifica melhoria no Montepio

A subida no "rating" da Caixa Económica Montepio Geral reflecte as medidas tomadas pelo banco para "restaurar os seus rácios de capital e acelerar a implementação do seu plano estratégico". Ainda assim, a agência assinala que a notação atribuída reflecte "os baixos ‘buffers’ de capital", a "qualidade reduzida das métricas da qualidade dos activos", bem como a "fraca rentabilidade operacional".

Santander Totta um nível acima de Portugal

A subida do "rating" do Santander em nível deve-se ao "upgrade" efectuado à notação financeira da República Portuguesa. Assim, o banco controlado pelo espanhol Santander continua ter uma classificação acima da de Portugal.

(notícia actualizada às 17:40 com mais informação)

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