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Referendo constitucional italiano pode ter maior impacto do que o Brexit?

A imprensa internacional, europeia e norte-americana, tem escrito sobre o impacto que poderá advir do referendo constitucional italiano. Acredita-se que o mesmo poderá ter um impacto mais negativo do que o Brexit.

REUTERS
Negócios 17 de Agosto de 2016 às 19:31

A resposta à pergunta feita no título parece ser "sim". Pelo menos no entender de várias reputadas publicações internacionais, da Europa e dos Estados Unidos. O The Wall Street Journal, por exemplo, referia recentemente que o referendo constitucional em Itália "é mais importante" do que o que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, em Junho passado.

 

Num artigo publicado esta quarta-feira, 17 de Agosto, o jornal italiano la Repubblica elenca um conjunto de notícias que colocam Itália no epicentro da crise europeia. Depois de ter estagnado de forma inesperada no segundo trimestre, a economia transalpina, recém-saída de recessão técnica, é novamente foco de preocupação.

 

Como o é o referendo sobre o sistema político e a Constituição italiana, que deverá realizar-se no final de Novembro e que, no caso de o plano governamental a votos ser rejeitado, deverá ditar a demissão do Executivo chefiado por Matteo Renzi.

 

Se o The New York Times e o Financial Times consideram que o fraco desempenho económico de Itália eleva a pressão sobre a Europa, o espanhol El País sustenta que uma derrota de Renzi no referendo constitucional poderá empurrar a União Europeia para uma nova crise.

 

Acredita-se, portanto, que Renzi precisa que Bruxelas garanta maior margem orçamental a Itália, de forma a que o primeiro-ministro transalpino possa começar o quanto antes a inverter o caminho seguido por aquela economia. O que poderia reforçar a posição de Renzi e do seu Partido Democrático (PD), numa altura em que o populista e profundamente eurocéptico Movimento 5 Estrelas ganha terreno nas sondagens.

 

No passado dia 15 de Agosto, o The Wall Street Journal escrevia que a variável política assume especial importância em Itália e, por consequência na Europa: "Este cenário (fraco crescimento e subida do 5 Estrelas) torna o referendo vital, provavelmente mais importante do que o Brexit".

 

Em editorial, o Financial Times sustenta que Matteo Renzi precisa garantir apoio de Bruxelas e Berlim para ganhar "espaço de manobra" orçamental que permita a Roma estimular a economia do país. Como sublinha o La Repubblica, Itália precisa seguir os conselhos de economistas reputados tais como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, que defendem menos impostos e mais investimento público como solução para a anémica economia europeia.

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