Macron com segunda maior vitória presidencial e abstenção só inferior a 1969
O domingo de todas as decisões, a data que mais atenções centrou nos últimos meses e em que se joga o futuro de França e também da Europa, deu a Macron a vitória nas presidenciais francesas. Macron e Le Pen pensam agora nas legislativas de Junho.
O candidato centrista superou mesmo a expectativa apresentada pelas sondagens, superando os 65%. Com 100% dos votos contabilizados, os dados revelados pelo Ministério do Interior atribuem 66,06% a Macron e 33,94 a Le Pen.
Este é o segundo melhor resultado alcançado numa segunda volta presidencial, só superado pelos mais de 82% alcançados em 2002 por Jacques Chirac, na eleição em que vingou a unidade da Frente Republicana para derrotar a extrema-direita de Jean-Marie Le Pen.
A taxa de abstenção cifrou-se em 25,38% (mais de 12 milhões de franceses num total superior a 47,4 milhões de eleitores inscritos), em linha com aquilo que foi antecipado pelas primeiras projecções. É a segunda mais elevada taxa de abstenção numa segunda volta presidencial desde 1965, só superada pelos 31,1% registados em 1969.
Também relevante foi o elevado número de votos em branco (8,49%) e de votos nulos (3%), o mais elevado alguma vez registado em eleições presidenciais - incluindo primeira e segunda volta - desde 1965.
- Participação eleitoral ainda mais distante do que em 2012 e 2007
- Afluência às urnas é a menor pelo menos desde 1981
- Projecção de jornal belga dá vitória a Macron com mais de 60%
- Abstenção poderá ser a maior desde 1969
- Projecção do Harris Interactive estima abstenção de 27%
- Le Pen e Macron votaram durante a manhã
- Vários órgãos de comunicação social impedidos de entrar na sede da FN
- Abstenção a menos de uma hora de fecharem as urnas é de 25,3%
- Maioria das assembleias de voto já encerraram
- Veja os perfis dos dois candidatos
- O Eliseu
- Fecharam as urnas em França
- Projecções dão a vitória a Macron com mais de 65%
- Socialistas dão os parabéns a Macron
- Le Pen assume oposição a Macron com movimento renovado
- Festejos no Louvre
- Mais festejos
- Marcelo dá os parabéns a Macron
- Macron: "Abre-se um novo capítulo de esperança"
- Tusk: Franceses escolheram "liberdade, igualdade e fraternidade" em vez da "tirania das notícias falsas"
- Hollande fala em vitória dos valores da República
- Juncker diz que trabalhará em conjunto com Paris para uma Europa melhor
- Macron promete acabar com as divisões que minam o país
- Carlos Moedas: Eleitores optaram por um país "forte e justo"
- Primeira reacção alemã e britânica
- Trump "muito ansioso" para trabalhar com Macron
- MNE português diz que eleição de Macron é "novo passo na integração europeia"
- Mélenchon diz que Macron planeia ataque ao estado social
- Com mais de 50% dos votos contados, Macron lidera com 61,7%
- Euro supera 1,1 dólares
- Macron promete visitar em breve Berlim
- Macron convidado a discursar no Parlamento Europeu
- Macron vai estar ao lado de Hollande nas cerimónias de 8 de Maio
- Macron pede "maioria forte" para governar França
- Rajoy felicita Macron e pede cooperação por Europa estável
- Presidente brasileiro promete cooperação do Brasil a Macron
- António Costa: Portugal tem em Macron "um excelente parceiro"
- CDS-PP congratula-se com vitória do candidato da democracia e tolerância (
- Embaixador de França: Lisboa e Paris poderão ser "mais aliados do que nunca"
- 81% dos votos contados: Macron com 63,85%
- PSD diz que resultado é o mais favorável ao interesse de Portugal como aliado francês
- PS congratula-se com vitória "contra o populismo, nacionalismo e xenofobia"
- Marisa Matias: França Insubmissa foi o que mais contribuiu para vitória de Macron
- Perto de metade dos eleitores votaram contra Le Pen
- Hillary Clinton aproveita tweet de felicitação a Macron para atacar
- Votos brancos e nulos com subida expressiva
- Território francês não se dividiu entre Macron e Le Pen
- Em Marcha de Macron na dianteira para as legislativas
- Regiões
- Le Pen só venceu na categoria "operários"
- Capas
- Duas leituras imediatas ao resultado de Le Pen
- Macron superou os 66%
- Macron torna-se o 25.º presidente francês
- fim
Às 17:00 em Paris (16:00 em Lisboa) a taxa de participação eleitoral nas presidenciais deste domingo cifrava-se em 65,30%, segundo revelou o Ministério do Interior francês.
Isto significa que a afluência às urnas está ainda mais distante dos níveis de participação registados, à mesma hora, nas duas últimas presidenciais, de 2012 (71,96%) e de 2007 (75,11%). A diferença tem vindo a agravar-se ao longo do dia, já que ao meio-dia em França (11:00 em Lisboa) a participação fixava-se nos 28,23%, valor que comparava com os 30,66% registados na eleição de 2012.
As sondagens já apontavam para uma menor participação neste segundo turno disputado entre o centrista Emmanuel Macron e a nacionalista Marine Le Pen, contudo o boicote parcial feito pelos partidários de Jean-Luc Mélenchon (que na primeira volta obteve cerca de 20% dos votos) poderá ajudar a explicar a já grande diferença face às últimas segundas voltas presidenciais.
Muitos dos apoiantes de Mélenchon anunciaram um boicote que consistia na não ida às urnas antes das 17:00, a hora da última contagem parcial dos níveis de participação.
Election #Presidentielle2017 65,30 %: taux de participation à 17h pour le 2nd tour en métropolitaine (71,96 % en 2012 et 75,11 % en 2007) pic.twitter.com/5bx7JqyVZ6
Le taux de participation à 17h00 était de 65,3% (en baisse par rapport au 1er tour) #Avoté #Presidentielle2017 https://t.co/odpgC1RNCZ pic.twitter.com/55JOUTbPxU
#RadioLondres La tendance à l'heure actuelle, selon 3 instituts: Macron serait en tête avec plus de 60% https://t.co/2i1xLzr04c pic.twitter.com/LyVSbnEbEK
Uma projecção divulgada há cerca de uma hora pelo instituto de sondagens Ipsos, já tendo em conta os dados de mobilização eleitoral revelados depois das 17:00 francesas pelo Ministério do Interior, estima que a taxa de abstenção se cifre nos 26%.
#Presidentielle2017 #2ndTour 26% d’abstention (selon les chiffres du Ministère - 17h). Suivez nos estimations sur https://t.co/LozwJMtnKC pic.twitter.com/FdhTZUvK35
Estimation de l’abstention à 20h00 à l’issue du scrutin : 27% @m6info #Présidentielle2017 https://t.co/moEIegOqwQ pic.twitter.com/ucZD3Bo38g
A candidata Marine Le Pen votou ainda durante a manhã na pequena cidade de Hénin-Beaumont, uma zona que antigamente era maioritariamente de esquerda e que se transformou nos últimos anos um bastião eleitoral da Frente Nacional. Le Pen colocou uma fotografia desse momento no Twitter.
A voté pic.twitter.com/ky8dUnFIbx
Votez.
A Frente Nacional não concedeu acreditação a vários órgãos de comunicação social, maioritariamente publicações consideradas mais à esquerda. Assim, muitos jornalistas foram impedidos de acompanhar os desenvolvimentos da jornada eleitoral na sede de campanha de Marine Le Pen, em Bois de Vincennes, na zona leste Paris. Os responsáveis pela segurança na sede aludiram a dificuldades logísticas, em concreto a motivos de segurança e de falta de espaço, para justificarem a referida decisão.
Os responsáveis pela segurança na sede aludiram a dificuldades logísticas, em concreto a motivos de segurança e de falta de espaço, para justificarem a referida decisão.
#Presidentielle2017 Une dizaine de médias se disent "interdits" de soirée électorale FN https://t.co/NeHtyKeO2F #AFP pic.twitter.com/AtSjEQvSbY
De acordo com a projecção do Ipsos, às 19:15 em Paris a taxa de abstenção estimada por este instituto de sondagens é de 25,3%, o que representa uma afluência às urnas de 74,7%.
#Presidentielle2017 Estimation Ipsos / @SopraSteria_fr de l’abstention à 25,3% (19h15) - Suivez nos estimations sur https://t.co/LozwJMtnKC pic.twitter.com/e2WUuNtGEb
Às 19:00 na capital francesa (menos uma hora em Lisboa) fecharam a maior parte das assembleias de voto em França, sendo que nas maiores cidades gaulesas é possível votar até às 20:00 locais.
Só depois dessa hora (19:00 em Portugal continental) é que serão conhecidas as primeiras projecções à boca das urnas.
Quando já faltam menos de 30 minutos para o encerramento de todas as assembleias de voto em França, há ainda tempo para ler os perfis dos dois finalistas neste segundo e decisivo turno das presidenciais gaulesas.
Macron: O improvável candidato providencial
Marine Le Pen, a candidata que trouxe a extrema direita para o poder
A glance at the Elysee Palace: official residence of the French president #Presidentielle2017 pic.twitter.com/gyPayoaqmJ
20:00 em França (19:00 em Lisboa). É a hora marcada para o encerramento das urnas nas maiores cidades gaulesas. Uma hora antes já havia fechado a maior parte das assembleias de voto. Dentro de segundos vão começar a ser divulgadas as primeiras projecções.
As primeiras projecções à boca das urnas atribuem a vitória a Emmanuel Macron, sempre com votações acima da marca dos 65%. Macron tornar-se-á assim no mais novo presidente francês, com 39 anos de idade.
Algumas das primeiras mensagens de parabéns enviadas a Emmanuel Macron vieram de importantes elementos do Partido Socialista francês, do qual o presidente eleito foi militante, tendo até há menos de um ano pertencido ao Executivo socialista chefiado por Manuel Valls.
O ainda presidente François Hollande "felicitou calorosamente [Macron] pela sua eleição". Mas mais caloroso ainda foi Valls, que falou numa "bela e grande vitória" de Macron. O socialista liberal Valls, cosiderado ideologicamente próximo do próprio Macron, considera que esta vit+oria é o "resultado de uma formidável mobilização.
Je salue la belle et large victoire d'@EmmanuelMacron.C'est le fruit d'une formidable mobilisation pour la république et contre la haine.

Num discurso curto, Marine Le Pen reconheceu a derrota nas presidenciais mas falou de uma oportunidade histórica para a Frente Nacional. "A Frente Nacional deve renovar-se de forma profunda, para estar à altura desta oportunidade histórica", declarou no discurso que fez poucos minutos depois das projecções darem como futuro presidente francês, Emmanuel Macron. Marine Le Pen fala em renovação e "transformação forte do nosso movimento", para "constituir uma nova força política", apelando aos "patriotas" que se juntem. A candidata aponta já às eleições legislativas de Junho. Será um "grande desafio" que será submetido aos franceses. E por isso promete já que "estarei a liderar esse combate". Foi uma eleição pela continuidade, disse a candidata perdedora, que, no entanto, aponta a Frente Nacional como "a primeira força da oposição do novo presidente". "Perante este resultado histórico e massivo, os franceses fizeram da aliança dos patriotas e republicanos a primeira força da oposição. As formações políticas responsáveis pela eleição de Macron descredibilizaram-se. Esta segunda volta conduz a uma recomposição política entre patriotas e mundialistas. É esta escolha grande que vai ser submetida aos franceses nas legislativas". Marine Le Pen felicitou, no início do discurso, Macron pela vitória, desejando-lhe - acrescentou - sucesso perante os desafios. Já fez saber que estará na oposição e com um movimento renovado.
"A Frente Nacional deve renovar-se de forma profunda, para estar à altura desta oportunidade histórica", declarou no discurso que fez poucos minutos depois das projecções darem como futuro presidente francês, Emmanuel Macron.
Marine Le Pen fala em renovação e "transformação forte do nosso movimento", para "constituir uma nova força política", apelando aos "patriotas" que se juntem. A candidata aponta já às eleições legislativas de Junho. Será um "grande desafio" que será submetido aos franceses. E por isso promete já que "estarei a liderar esse combate".
Foi uma eleição pela continuidade, disse a candidata perdedora, que, no entanto, aponta a Frente Nacional como "a primeira força da oposição do novo presidente".
"Perante este resultado histórico e massivo, os franceses fizeram da aliança dos patriotas e republicanos a primeira força da oposição. As formações políticas responsáveis pela eleição de Macron descredibilizaram-se. Esta segunda volta conduz a uma recomposição política entre patriotas e mundialistas. É esta escolha grande que vai ser submetida aos franceses nas legislativas".
Réaction de la foule sur l'esplanade du Louvre lors de l'annonce de la victoire d'@EmmanuelMacron pic.twitter.com/6f5NgiEL5y
Prosseguem os festejos junto ao Louvre.
Paris: la victoire d'Emmanuel Macron fêtée par ses sympathisants devant la Pyramide du Louvre #AFP pic.twitter.com/08pAM95VB0
A agência Lusa acaba de divulgar a mensagem de parabéns enviada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: "Quero transmitir a Vossa Excelência, em meu nome e em nome de todos os Portugueses, as mais sentidas felicitações pela histórica eleição de Vossa Excelência como Presidente da República Francesa.
"Quero transmitir a Vossa Excelência, em meu nome e em nome de todos os Portugueses, as mais sentidas felicitações pela histórica eleição de Vossa Excelência como Presidente da República Francesa.
O Povo Francês decidiu hoje, sábia e soberanamente, eleger Vossa Excelência para o mais alto cargo da Nação. Esta escolha em Vossa Excelência representa uma vitória para a França e para a Europa, e igualmente uma vitória da Democracia e do Estado de Direito. Uma vitória dos mais elementares valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que fizeram da França uma referência no Mundo.
O Povo Francês decidiu hoje, sábia e soberanamente, eleger Vossa Excelência para o mais alto cargo da Nação. Esta escolha em Vossa Excelência representa uma vitória para a França e para a Europa, e igualmente uma vitória da Democracia e do Estado de Direito. Uma vitória dos mais elementares valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que fizeram da França uma referência no Mundo.
Valores que alimentaram o rasgo de intelectuais portugueses e que serviram de farol a inúmeros emigrantes portugueses, que em épocas de maior privação, escolheram França como seu destino.
Registo com apreço o acolhimento então sentido, a hospitalidade e a determinação das autoridades francesas em promover uma adequada integração. Registo igualmente o sucesso desses emigrantes de então, a que se juntam tantos outros nos dias de hoje, de cariz e formação distintas. Apraz-me registar que todos eles contribuem activamente para o progresso económico e social de França, como aliás pude testemunhar ao celebrar, pela primeira vez na história, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no ano passado em Paris."
Apraz-me registar que todos eles contribuem activamente para o progresso económico e social de França, como aliás pude testemunhar ao celebrar, pela primeira vez na história, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no ano passado em Paris."
Depois de falar com Hollande, Emmanuel Macron fez a primeira declaração, após o anúncio das projecções, à AFP.
"Abre-se um novo capítulo" em França, de "esperança e de renovada confiança", declarou Macron, segundo a imprensa francesa.
Hollande felicitou "calorosamente" Macron pela sua eleição.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reagiu no Twitter à eleição de Macron, salientando que os franceses votaram pela "liberdade, igualdade e fraternidade". Mas foi mais longe.
Num curto tweet, em inglês e francês, Tusk declarou: "Felicitações a Emannuel Macron. Felicitações ao povo francês por terem escolhido a liberdade, igualdade e fraternidade sobre a tirania das notícias falsas".
Congratulations @EmmanuelMacron. Congratulations to French people for choosing Liberty, Equality and Fraternity over tyranny of fake news.
Além dos parabéns enviados a Macron, o presidente Hollande sustentou, em comunicado oficial, que o resultado eleitoral deste domingo mostra a existência de uma "enorme maioria" de cidadãos franceses que se revêem nos valores da V República gaulesa.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, felicitou, já, Emannuel Macron pela vitória nas eleições francesas, dizendo-se feliz porque "as ideias que defendemos de uma Europa forte e progressista, que protege todos os cidadãos, serão as seguidas na sua presidência".
Juncker disse-o numa carta enviada ao novo presidente francês e que publicou no Twitter.
Declarou, ainda, que a Comissão está também à procura de construir uma Europa melhor e espera trabalhar conjuntamente com Paris para isso.
"A Comissão Europeia tem trabalhado para construir uma Europa melhor, uma Europa que proteja e defenda os cidadãos e que lhes dê os meios para reagirem", salientando a sua determinação para prosseguir essa agenda até ao final do mandato.
Foi curto o discurso de vitória de Macron, que prometeu com "determinação" devolver o "optimismo" aos seus concidadãos e tudo fazer para acabar com "a divisão que nos mina e nos abate"
Num tom conciliatório e já assumindo a pose de presidente, Macron prometeu "dar ao povo francês" as "oportunidades que a França vos deve".
Déclaration officielle.https://t.co/uLyRHujGm2
O comissário europeu para a Inovação, Ciência e Investigação, Carlos Moedas, saudou a escolha dos eleitores por uma "França forte e justa", nas presidenciais que deram vitória a Emmanuel Macron sobre Marine Le Pen.
"Em marcha [uma referência ao movimento criado pelo Emmanuel Macron] por uma França forte e justa numa União Europeia aberta e solidária", escreveu o comissário português, na sua conta no Twitter.
O porta-voz de Angela Merkel declarou que a chanceler felicitou Emmanuel Macron pela vitória, como uma "vitória para uma Europa unida mais forte e pela amizade franco-alemã", disse citado pela The Guardian.
Segundo o mesmo jornal, Theresa May foi das mais rápidas a reagir. Pouco tempo depois das projecções, uma mensagem do número 10 de Downing Street, através do porta-voz: "A primeira-ministra felicita calorosamente o presidente-eleito Macron nesta sua eleição. França é dos mais próximos aliados e estamos ansiosos para trabalhar com o novo presidente num vasto conjunto de prioridades comuns".
Como já habitual, a primeira reacção de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, foi através do Twitter.
Na rede social, o presidente norte-americano – que antes da primeira volta tinha dito que Le Pen era a mais forte candidata às eleições – felicitou Macron, com quem diz estar "muito ansioso" para trabalhar.
Congratulations to Emmanuel Macron on his big win today as the next President of France. I look very much forward to working with him!
Congratulations to President-elect @EmmanuelMacron and the French people.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português saudou a eleição de Emmanuel Macron como Presidente de França, um resultado que considerou "um novo passo dado no sucesso da integração europeia" e o que convinha a Portugal.
"Vejo como um novo passo dado no processo de integração europeia", disse à Lusa, por telefone, Augusto Santos Silva, que esta segunda-feira inicia uma visita de dois dias à Polónia.
Para o Governo português, o centrista Macron, que venceu este domingo, 7 de Maio, a segunda volta das eleições presidenciais francesas, foi o candidato que "mais se destacou no seu europeísmo".
Além disso, o chefe da diplomacia portuguesa destacou que este resultado era "o único que convinha a Portugal, visto que Emmanuel Macron era o candidato que assumia as consequências do mercado único e das quatro liberdades [de circulação de pessoas, bens e serviços e capitais], com uma lógica cosmopolita e de cidadania europeia".
O ex-candidato presidencial da extrema-esquerda, que saiu derrotado na primeira volta, Jean-Luc Mélenchon declarou este domingo que o presidente-eleito Emmanuel Macron planeia uma guerra ao sistema social francês, apelando aos seus apoiantes uma mobilização contra o ex-banqueiro nas eleições parlamentares de Junho.
"O programa do novo presidente, de estilo monarca, é já conhecido. É uma guerra contra o sistema social francês, e irresponsável ecologicamente", declarou, citado pela Reuters. Mélenchon declarou ainda que o país rejeitou a extrema-direita, dizendo que as eleições de Junho têm de mostrar que este é um momento de escolha positiva.
"Uma nova maioria parlamentar é possível", concluiu.
#Presidentielle @MatthiasFekl À cette heure,
E. Macron : 61,7%, soit 9,8 millions des bulletins exprimés
M. Le Pen : 38,3%, soit 6 millions
A vitória de Macron levou o euro a subir, nos mercados asiáticos, face ao dólar. Superou os 1,1 dólares, estando ao nível mais alto desde Novembro.
O presidente-eleito da França, Emmanuel Macron, teve uma conversa telefónica de 10 minutos com a chanceler alemã, Angela Merkel, a quem disse que viajará até Berlim "muito em breve", segundo fontes próximas de Macron, citadas pela Reuters.
A conversa, segundo a mesma fonte, foi "calorosa".
O presidente do Parlamento Europeu (PE), Antonio Tajani, convidou Emmanuel Macron a discursar numa sessão plenária do hemiciclo europeu, defendendo "uma Europa que dê respostas concretas" aos seus cidadãos.
"Convido Emmanuel Macron a ir à sessão plenária do Parlamento Europeu. Unidos por uma Europa que dê respostas concretas aos cidadãos", escreveu Tajani na sua conta no Twitter.
Ainda no Twitter, o líder do PE adiantou contar "com que a França contribua para mudar a União [Europeia], aproximando-a dos cidadãos.
O presidente-eleito Emmanuel Macron vai estar na segunda-feira, 8 de Maio, ao lado de François Hollande nas comemorações do 8 de Maio, feriado em França que marcam a capitulação alemã na II Guerra Mundial.
As cerimónias serão nos Campos Elísios, segundo a imprensa francesa. François Hollande convidou Macron a participar nessas comemorações.

Naquele que foi o segundo discurso feito por Macron nesta noite eleitoral, já com os seus apoiantes que permaneciam concentrados junto ao Louvre, o presidente eleito resumiu o que hoje se passou: "Esta noite a França ganhou".
Sobre aqueles que não acreditavam na margem de sucesso da sua candidatura, garantiu que "não conheciam a França". Depois deixou uma palavra aos que votaram para defender a República e também àqueles que votaram em Marine Le Pen, garantindo a cada um deles que tudo fará para os não decepcionar e para que não voltem a ter razões para votar nos extremos.
A expressão mais vezes repetida neste seu segundo discurso foi de cara ao futuro que o aguarda no Eliseu, num país com uma economia estagnada e com uma taxa de desemprego persistentemente acima de 10%. "A nossa tarefa é imensa", repetiu por diversas vezes especificando como principais desafios a "moralização da vida pública, a defesa da vitalidade democrática, o reforço da nossa economia".
E ainda a luta "contra a mentira, o imobilismo, a ineficácia" para "reunir e reconciliar" os cidadãos e o país "porque quero a união do nosso povo, a união do nosso país".
Com eleições legislativas em Junho, decisivas para perceber o grau de governabilidade que Macron terá a partir do Eliseu, o agora eleito presidente quer "construir uma verdadeira maioria, uma maioria forte" para governar França.
O Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, felicitou Emmanuel Macron pela sua vitória nas eleições presidenciais francesas e apelou ao trabalho conjunto entre Espanha e França "por uma Europa estável, próspera e mais integrada".
"Parabéns a Emmanuel Macron, novo Presidente de França. Trabalhemos, França e Espanha, por uma Europa estável, próspera e mais integrada", escreveu Rajoy, numa mensagem no seu perfil no Twitter.
O Presidente brasileiro, Michel Temer, saudou Emmanuel Macron pela sua vitória nas eleições presidenciais francesas e prometeu a cooperação do Brasil ao novo chefe de Estado francês.
"Brasil e França continuarão a trabalhar juntos em favor da democracia, dos direitos humanos, do desenvolvimento, da integração e da paz", afirmou Michel Temer no Twitter.
Por seu lado, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, considerou que a eleição de Emmanuel Macron "reafirma o apego do povo francês aos valores democráticos" com os quais os "brasileiros se identificam profundamente".
"A França hoje vitoriosa é aberta, acolhedora e empenhada em perseverar na construção do projecto europeu", acrescentou.
Em três tweets, o primeiro-ministro diz ainda que Portugal terá em Macron "um excelente parceiro, empenhado em prosseguir e aprofundar as nossas excelentes relações bilaterais".
António Costa diz acreditar, também, que Macron "trabalhará afincadamente para construir uma Europa mais forte, mais solidária e mais unida".
Felicito @EmmanuelMacron e o povo francês pelo resultado das eleições. É uma boa notícia para a França, a Europa e para Portugal. 1/3
Confio que temos em @EmmanuelMacron um excelente parceiro, empenhado em prosseguir e aprofundar as nossas excelentes relações bilaterais 2/3
Estou convicto de que @EmmanuelMacron trabalhará afincadamente para construir uma Europa mais forte, mais solidária e mais unida. 3/3
O CDS-PP congratulou-se este domingo com a vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas, o "candidato que representa os valores da democracia e da tolerância em França", alertando que "os desafios políticos do presidente eleito serão enormes".
"A primeira reacção obviamente é de nos congratularmos com o resultado que aconteceu em França e com a eleição de Macron. Além de ser muito importante para a França, era importante para uma realidade até superior daquilo que é para a própria França que é a questão da Europa", enalteceu o deputado centrista Telmo Correia, em declarações à agência Lusa.
A vitória do "candidato europeísta e que representa os valores da democracia e da tolerância em França" é para o CDS-PP, segundo o deputado, "fundamento óbvio de congratulação".
"Não esperávamos outro resultado, já o tínhamos dito até antes da primeira volta que fruto de todo o processo eleitoral, Macron seria naturalmente um candidato unificador de um vasto espaço político de representação. No entanto deixar também nota que os desafios políticos do presidente eleito serão enormes", avisou.
De acordo com Telmo Correia, "estas eleições podem trazer mudanças significativas, há incógnitas grandes em relação àquilo que será no futuro o modelo da governação" e ainda vão decorrer eleições legislativas.
"Se ganhou provavelmente o mais europeísta dos candidatos que estava neste confronto desde o início, nós registamos também que a expressão da crítica à Europa é muito grande também porque não é normal que um partido com as características extremistas da Frente Nacional tenha, apesar de tudo, um resultado claramente superior aos 30%", alertou.
Considerando que não se pode subestimar o resultado de Marine Le Pen, o deputado do CDS-PP lembrou que "os adversários da Europa têm uma expressão muito forte na extrema-direita, mas têm também uma expressão grande à esquerda e na extrema-esquerda".
"Regista-se no global destas eleições que o partido socialista francês, que estava no poder, ficou reduzido a uma dimensão mínima. Há uma incógnita enorme sobre o sistema partidário e sobre o próprio modelo de governação", disse ainda.
O embaixador francês em Lisboa, Jean-Michel Casa, estimou que Portugal e França poderão ser, com Emmanuel Macron como Presidente, "mais aliados do que nunca na Europa".
Em declarações à Lusa por telefone após o discurso de vitória de Macron, eleito Presidente com cerca de 65% dos votos, o diplomata considerou que a França está hoje "mais do que nunca presente na Europa".
"De certa maneira, é uma forma de regresso a uma França mais activa, que traz uma mensagem de renovação da Europa", disse Casa.
O embaixador recordou que Macron reconhece que a União Europeia pode ser melhorada e defende que é possível tornar a Zona Euro mais eficaz.
"É a posição do Governo português e é a posição de Macron. São domínios em que tenho a certeza que o novo Presidente francês e o Governo português poderão ser mais aliados do que nunca na Europa. Desejamos uma Europa mais activa e Macron vai incarnar isso", afirmou o embaixador.
Jean-Michel Casa sublinhou que os dois governos já tinham boas relações, em particular desde que o executivo socialista de António Costa assumiu funções - o Presidente francês foi nos últimos cinco anos o socialista François Hollande -, mas mostrou-se confiante de que as relações poderão ser ainda melhores.
"Talvez pela juventude [de Macron], pelo seu dinamismo, pela sua vontade de mudança, pelo seu compromisso europeu muito forte, Macron poderá mudar a situação. Nesse terreno, talvez a relação na Europa entre a França e Portugal possa melhorar. Já é boa, mas será sem dúvida melhor", afirmou.
Nas suas declarações à Lusa, o embaixador manifestou também um "sentimento de satisfação e um sentimento de alívio" com os resultados das eleições de hoje, em que a candidata de extrema direita e anti-União Europeia, Marine Le Pen, foi derrotada por Macron.
"Enquanto democrata, estou feliz pela vitória. Também sou muito pró-europeu, sempre fui, por isso estou particularmente feliz por ser um Presidente favorável à construção europeia, mas também à sua reforma, ao seu aprofundamento, à sua melhoria" a ser eleito.
"É um resultado extremamente claro, [a vitória] dos ideais republicanos contra as tentações extremistas", acrescentou.
Os dados actualizados pelo Ministério do Interior francês mostram que Macron lidera com 63,85%, numa altura em que estão contabilizados 81% dos votos. Le Pen 36,15%.
Confirma-se a tendência ascendente de Macron à medida que a contabilidade dos votos se aproxima de ficar completa, o que já acontecera na primeira volta que teve lugar há precisamente duas semanas.
Tendo em contra que as primeiras assembleias de voto a serem encerradas – o que significa que foram também esses os primeiros votos a ser contados – são as das zonas rurais, é Le Pen a candidata mais beneficiada.
É nas grandes cidades que Macron tem maior vantagem, e foi nestas que as urnas encerraram uma hora mais tarde. Por isso tudo aponta para que se possam confirmar as projecções feitas à boca das urnas, que atribuíam a Macron um resultado acima dos 65%.
O Partido Social Democrata (PSD) considerou que a vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas é "o resultado mais favorável ao interesse de Portugal como parceiro e aliado da França", avisando ser "um erro subestimar" a votação de Marine Le Pen.
"O PSD, quando saíram os resultados da primeira volta destas eleições, declarou que favorecia o candidato pró-europeísta e defensor dos valores da Europa, da sociedade aberta e da economia social de mercado", disse Miguel Morgado, deputado do maior partido da oposição em Portugal, à agência Lusa.
De acordo com o social-democrata, a segunda volta "confirma a vitória desse candidato", considerando que a eleição de Macron constitui "o resultado mais favorável ao interesse de Portugal como parceiro e aliado da França no contexto da União Europeia".
Para Miguel Morgado, "é um erro subestimar os resultados de Marine Le Pen", alertando que "o apoio que ela conseguiu granjear na primeira e agora na segunda volta devem constituir antes um sinal de que há muito trabalho político a fazer, muito debate político, intelectual, cultural de crítica aos extremismos políticos de esquerda e de direita na Europa".
"Esse trabalho crítico tem que ser intensificado em França, no resto da Europa também e em Portugal também. Deve ser um sinal de alerta e não devemos ser complacentes apesar de a vitória [de Macron] ter sido muito expressiva", defendeu.
Depois desta longa campanha terminada, o deputado do PSD destacou que "nesta segunda volta ficou muito claro que havia um projecto político de abraçar a integração europeia com as reformas que a União Europeia, mas que devem ser feitas em cooperação e diálogo com os parceiros europeus e não em conflito e ruptura".
"A defesa que Macron fez dos valores europeus contrasta com a atitude muitas vezes em toda a Europa, mas também em Portugal, de muitos políticos, partidos e governos até, de uma acção dúplice de se defenderem dos seus fracassos políticos atrás da Europa", comparou, numa crítica implícita à esquerda portuguesa.
Para Miguel Morgado, "Macron fez uma defesa da Europa sem complexos".
"Resta-nos aguardar pelas eleições legislativas e saber até que ponto foi levada a destruição do partido socialista francês, que nestas eleições presidenciais acaba por ser o grande dado novo que é o quase desaparecimento de uma força política que ainda tem maioria absoluta no actual parlamento", antecipou ainda.
O PS congratulou-se com a eleição de Emmanuel Macron como presidente francês, considerando que esta é uma vitória "contra o populismo, o nacionalismo e a xenofobia" e que demonstra o apoio de França ao projecto europeu.
Numa mensagem publicada na página de internet oficial do partido, citada pela Lusa, os socialistas destacam que "perante a ameaça do populismo e de forças políticas que cultivam o medo e a intolerância, este resultado eleitoral é uma afirmação dos valores da liberdade, da democracia e de uma sociedade tolerante e inclusiva".
"O PS congratula-se com o resultado da segunda volta das eleições presidenciais francesas que se realizaram hoje, uma vitória da democracia e da tolerância contra o populismo, o nacionalismo e a xenofobia", sublinha.
Para o partido liderado pelo socialista António Costa, "este resultado eleitoral demonstra o apoio dos eleitores franceses ao projeto europeu e a renovação do compromisso da França com a União Europeia, com o Euro e com o projecto comum de paz, segurança, crescimento e emprego".
A eurodeputada portuguesa Marisa Matias, ex-candidata presidencial, mostrou-se preocupada com a "consolidação da extrema-direita" em França e assinalou que o movimento França Insubmissa, que apoiou, foi o que mais contribuiu, em votos reais, para a vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais.
Para a eurodeputada do Bloco de Esquerda, a vitória de Emmanuel Macron permite "desfazer os mitos criados em torno da posição do movimento França Insubmissa" (extrema-esquerda), cujo líder, Jean-Luc Mélenchon, não apelou ao voto em qualquer um dos candidatos que passaram à segunda volta.
Em declarações à Lusa, Marisa Matias destacou que "a candidatura que mais votos, em termos reais, transferiu e permitiu a vitória de Emmanuel Macron foi a candidatura da França Insubmissa".
"Em termos percentuais há uma maior transferência dos votos de Benoît Hamon [socialista] para Macron, mas em termos de votos reais há um peso muito maior" dos eleitores do França Insubmissa, movimento que apoiou, acrescentou a eurodeputada.
Dentro desta candidatura, há também "uma abstenção elevada", reconheceu.
"A transferência de votos para Marine Le Pen veio, como seria de esperar, da direita e não da esquerda", sublinhou.
Sobre a opção deste movimento de não apoiar nenhum dos candidatos na segunda volta, Marisa Matias defendeu que "deveria ter havido uma maior clareza, para que não houvesse equívocos sobre a posição de Jean-Luc Mélenchon face à extrema-direita, de que é um dos maiores combatentes".
"Se estivesse em França teria declarado o voto em Emmanuel Macron, a contragosto, mas tê-lo-ia feito porque não podemos permitir a naturalização da extrema-direita como uma alternativa democrática, porque não o é, é a antítese da democracia", salientou.
Marisa Matias reiterou a sua "discordância profunda" em relação ao vencedor das eleições presidenciais, que vai "trazer problemas e uma enorme crise", mas distinguiu Macron de uma "candidatura profundamente antidemocrática e contra os valores republicanos franceses, como é a da extrema-direita em França, que se consolidou, e isso é muito preocupante".
França vive "uma situação política completamente nova" e a escolha de Macron "não elimina a profunda fractura social que está criada" naquele país, considerou a deputada no Parlamento Europeu.
Para Marisa Matias, o voto no candidato centrista foi "um voto útil, não um voto de entusiasmo, mas para combater a extrema-direita".
O futuro Presidente francês não tem "uma base social e popular de apoio" nem "uma correspondência parlamentar", pelo que Marisa Matias admite socialistas e republicanos terão de "fazer algum arranjo para que possa haver uma cooperação normal entre as instituições".
"Não podemos subestimar a profunda fractura social e crise política que se vive em França neste momento. Hoje, evitando uma vitória de Marine Le Pen, evitou-se uma crise imediata, mas não se evitou a crise diferida que é a vitória de Macron", sustentou.
O voto útil de rejeição a Le Pen voltou a funcionar na eleição deste domingo. Segundo o instituto Ipsos, 43% dos eleitores que votaram Macron fizeram-no como voto de rejeição a Le Pen.
Daqueles que colocaram a cruz em Macron, apenas 33% o fizeram por convicção na capacidade de renovação que o candidato representa.
Já 16% votaram em Macron pelas suas propostas e 8% pela sua personalidade.
Reasons French voted "for" #Macron
1. anti-Le Pen (43%)
2. political renewal (33%)
3. his program (16%)
4. his personality (6%) pic.twitter.com/Omgho1sCLy
A vitória de Macron é uma "vitória para Macron, para a França, para a União Europeia e para o mundo". A primeira frase prometia ser mais uma felicitação pela vitória de Emmanuel Macron, que derrotou a candidata de extrema-direita francês. Mas Hillary Clinton não deixou passar a oportunidade para fazer mais uma frase: "Derrotar aqueles que interferem com a democracia", e em parêntesis acrescentou: "de que os media dizem que eu não posso falar".
Clinton tem dito desconfiar que o "hacking" a que foi sujeita na campanha contribuiu para a sua derrota. Na sexta-feira, o movimento En Marche de Macron terá, também, sido o alvo de um ataque informático "massivo e coordenado", que, aliás, está a ser investigado.
Victory for Macron, for France, the EU, & the world.
Defeat to those interfering w/democracy. (But the media says I can't talk about that)
Um dos dados que já parece definitivo passa pela subida expressiva dos votos brancos e nulos. O instituto Ipsos estima que tenha havido 8,9% de votos em branco ou nulos, o equivalente a 4,2 milhões de votantes dos 47,6 milhões de eleitores habilitados a votar neste segundo turno das presidenciais francesas.
#Presidentielle2017 #2ndTour Estimation (20h55) des votes blancs et nuls #Ipsos / @SopraSteria_fr pic.twitter.com/MXGTuCcMAR
A verificar-se tal registo, será claramente o maior volume de votos brancos e nulos na história da V República francesa, como se pode ver no gráfico disponibilizado pela AFP. Os cerca de 9% de votos brancos e nulos superam em larga medida os 2,5% registados há duas semanas, na primeira volta.
#Presidentielle2017: entre abstention et vote blanc, un Français sur trois n'a pas choisi https://t.co/rAlqJ6sJqD par @fabricerandoux #AFP pic.twitter.com/HfX9Px2fIQ
Uma das razões que justifica este tipo de votação é a grande fragmentação do sistema partidário gaulês, por um lado, e por outro a incapacidade demonstrada pela candidatura de Emmanuel Macron para captar os votos dos eleitores que rejeitaram votar em Le Pen.
Uma parcela importante dos eleitores que preferiram votar em branco ou nulo pertencerá aos cerca de sete milhões de franceses que no primeiro turno votaram Jean-Luc Mélenchon, que apesar de ter pedido aos seus apoiantes para não votarem na candidata da extrema-direita, nunca apelou directamente ao voto em Macron. Várias sondagens mostravam que cerca de 40% do eleitorado de Mélenchon iria optar pelo voto branco ou nulo.
Les résultats transmis par @Place_Beauvau après le dépouillement de 90% des communes https://t.co/ORtgl8k3TE #AFP pic.twitter.com/VfjGPqcalv
Uma sondagem do Harris Interactive para as legislativas do próximo mês de Junho mostra que o movimento Em Marcha, lançado há menos de um ano por Macron, é o favorito dos eleitores franceses, com 26% a admitirem preferir na respectiva circunscrição num candidato apoiado pela plataforma protagonizada pelo agora presidente eleito gaulês.
No entanto, a luta poderá ser renhida. Isto porque 22% dizem preferir um candidato do partido conservador Os Republicanos e também 22% optam por uma personalidade da Frente Nacional. Já um candidato do movimento França Insubmissa do esquerdista Mélenchon é a escolha para 13%.
Maus auspícios parecem aguardar os socialistas, que depois de na primeira volta terem registado o pior resultado de sempre (8%), vêem apenas 8% dizerem preferir um candidato do PS francês.
Intentions de vote pour le 1er tour des élections #legislatives2017 @m6info pic.twitter.com/HjPla5IyMC
Também o instituto Kantar France fez uma sondagem sobre as legislativas, tendo como cenário base uma hipotética vitória de Macron nas eleições de hoje, que aponta para resultados idênticos ao da realizada pelo HarrisInteractive. No essencial, 24% dos eleitores dão preferência a um candidato apoiado pelo Em Marcha de Macron, com Republicanos (22%) e FN (21%) muito próximos.
Analyse et résultats intentions de vote #Legislatives2017 --> https://t.co/q1JcgJw7dG @GroupeONEPOINT @Le_Figaro @LCI @RTLPolitique pic.twitter.com/AWrphKKGmh
Com os resultados já completos em 93 regiões, Macron conseguiu uma vitória em toda a linha. Os dados oficiais do Ministério do Interior revelam que, para já, Le Pen venceu em apenas duas regiões.
#Presidentielle À 00h, vue d'ensemble des résultats complets pour 93 départements >> https://t.co/RgRztuMEB2 pic.twitter.com/TLC5aac5zz
Os dados do instituto Ipsos vistos pelo politólogo Cas Mudde, especialista no estudo de questões relacionadas com o fenómeno do populismo, confirmam uma vitória em toda a linha de Emmanuel Macron, que ficou à frente em todas as categorias, profissões, rendimentos, nível de escolaridade.
Stunning how #Macron won every single category in terms of age, profession, income, and education except for "workers". Data: @IpsosFrance pic.twitter.com/xxxioQWOZU
A excepção é relativa aos trabalhadores, em concreto na categoria "operários", na qual Le Pen uma vez mais se superiorizou e que vem confirmar que a Frente Nacional conseguiu penetrar num eleitorado tradicionalmente afecto à esquerda.
A AFP antecipa já algumas das capas de jornais que vão marcar o dia de amanhã.
Emmanuel Macron à la une de la presse européenne lundi #AFP pic.twitter.com/9dNA5GOycT
Nestes quase 60 anos de vida que leva a V República inaugurada por de Gaulle, só por uma vez o finalista derrotado na segunda volta conseguiu menos de 40% dos votos. Trata-se de Jean-Marie Le Pen, fundador e então líder da Frente Nacional, que em 2002 não chegou sequer à marca dos 20%, derrotado por Jacques Chirac e pelo voto útil anti-Le Pen da Frente Republicana que se uniu para impedir a chegada da extrema-direita ao poder.
Desta feita, Marine Le Pen não deverá ir além dos 35%, o que significa que os Le Pen (pai e filha) serão doravante os únicos dois candidatos derrotados na segunda volta que não alcançaram pelo menos a já referida barreira dos 40%.
No entanto, os cerca de 35% que Le Pen deverá ter na eleição deste domingo representará o melhor resultado alguma vez alcançado pela extrema-direita numas eleições nacionais. A estratégia "todos contra Le Pen" voltou a funcionar e impediu a chegada da FN ao poder. Contudo verifica-se que Marine Le Pen já não provoca o mesmo grau de rejeição de outrora, para o que terá seguramente contribuído a aposta feita na suavização da imagem do partido.
Marine Le Pen espera agora consolidar a posição do seu partido nas legislativas de Junho, isto depois dos excelentes resultados conseguidos nas últimas europeias e também nas mais recentes eleições regionais.
Ainda assim, também nas legislativas - que tal como as presidenciais se realizam em duas voltas - a FN deverá ser penalizada por um sistema em que à segunda volta passam os dois candidatos locais mais votados, ou seja, também nas eleições para a Assembleia Nacional poderá pesar o "todos contra Le Pen" ou, se se quiser, o "todos contra a extrema-direita".
O candidato centrista superou mesmo a expectativa apresentada pelas sondagens, superando os 65%. Com 100% dos votos contabilizados, os dados revelados pelo Ministério do Interior atribuem 66,06% a Macron e 33,94 a Le Pen.
Este é o segundo melhor resultado alcançado numa segunda volta presidencial, só superado pelos mais de 82% alcançados em 2002 por Jacques Chirac, na eleição em que vingou inapelavelmente a unidade da Frente Republicana para derrotar a extrema-direita de Jean-Marie Le Pen.
A taxa de abstenção cifrou-se em 25,38% (mais de 12 milhões de franceses num total superior a 47,4 milhões de eleitores inscritos), em linha com aquilo que foi antecipado pelas primeiras projecções. É a segunda mais elevada taxa de abstenção numa segunda volta presidencial desde 1965, só superada pelos 31,1% registados em 1969.
Também relevante foi o elevado número de votos em branco (8,49%) e de votos nulos (3%), o mais elevado alguma vez registado em eleições presidenciais - incluindo primeira e segunda volta - desde 1965.
Les 25 présidents de la République, de Louis-Napoléon Bonaparte à Emmanuel Macron #AFP #presidentielle2017 pic.twitter.com/b4aZeN97SJ
Termina aqui o acompanhamento ao minuto da noite eleitoral francesa, no dia em que a União Europeia respirou de alívio com a vitória de Emmanuel Macron.
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