Economia do Reino Unido prolonga fraco crescimento no segundo trimestre
Depois de uma subida do PIB de 0,2% nos primeiros três meses do ano, o Reino Unido continuou a dar sinais de fraco desempenho no segundo trimestre, com a economia a crescer 0,3%.
O fraco crescimento da economia britânica no arranque deste ano prolongou-se no segundo trimestre, um período marcado pela incerteza política e pelas preocupações relacionadas com o futuro do Reino Unido fora da União Europeia.
Segundo os dados revelados esta quarta-feira, 26 de Julho, pelo gabinete nacional de estatística, o PIB do Reino Unido cresceu 0,3% no período entre Abril e Junho, em linha com as estimativas dos economistas, mas abaixo da projecção de 0,4% do Banco de Inglaterra.
Esta evolução, que se segue a uma subida do PIB de 0,2% nos primeiros três meses do ano, levou o instituto de estatísticas a considerar que a economia sofreu "uma notável desaceleração na primeira metade do ano".
No segundo trimestre, o crescimento foi impulsionado exclusivamente pelo sector dos serviços, que avançou 0,5%. A produção e a construção deram um contributo negativo, ao passo que a agricultura teve um impacto nulo. Dentro dos serviços, o retalho e a indústria cinematográfica deram os maiores contributos positivos.
Apesar disso, o crescimento do sector do retalho tem sido penalizado pela subida da inflação este ano – reflectindo a queda da libra desde o referendo do Brexit – que tira poder de compra aos consumidores.
Os dados revelados esta quarta-feira reforçam a visão de que o forte desempenho da economia britânica depois do referendo do Brexit, em Junho do ano passado, não deverá ser sustentável este ano. Isso mesmo antecipa o Fundo Monetário Internacional (FMI) que, no início desta semana, reviu em baixa as estimativas de crescimento do Reino Unido, em 2017, de 2% para 1,7%.
Mais pessimistas estão os analistas consultados pela Bloomberg, que prevêem um crescimento do PIB de 1,6% este ano e 1,3% no próximo.
Os dados sobre a evolução da economia no segundo trimestre são conhecidos dias depois de uma ronda negocial entre a UE e o Reino Unido ter terminado sem avanços, nomeadamente no que respeita às responsabilidades financeiras de Londres e aos direitos dos cidadãos europeus a residir no Reino Unido.
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