Juros nos EUA deverão mesmo subir em Março
Os responsáveis da Reserva Federal manifestaram confiança na economia norte-americana, na reunião de 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, com a maioria a considerar que se pode ir subindo os juros gradualmente, como tem sido indicado.
As minutas da primeira reunião da Reserva Federal dos EUA após a tomada de posse de Donald Trump foram divulgadas esta quarta-feira, 22 de Fevereiro, e vêm confirmar o que se esperava: que os responsáveis do banco central estão preparados para prosseguir a subida de juros.
Segundo as minutas, a maioria dos responsáveis da Fed mostrou-se convicta de que poderá ir aumentando os juros directores de forma gradual, sendo adequada uma subida "já muito em breve" – isto para evitar riscos de sobreaquecimento da economia.
"Muitos participantes manifestaram a opinião de que poderá ser apropriado voltar a subir a taxa dos fundos federais muito em breve se os próximos dados sobre o mercado laboral e a inflação estiverem em linha ou acima das expectativas actuais, ou se se intensificarem os riscos de superação das metas para a inflação e pleno emprego definidas pelo Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC)", sublinha o documento.
Até agora, os dados têm sido animadores. O emprego continua a ganhar terreno, fomentando o gasto dos consumidores. As vendas a retalho aumentaram 0,4% no mês passado e as encomendas de bens de capital por parte das empresas subiram em Dezembro,
Os indicadores relativos ao sentimento dos consumidores e dos empresários estão também a melhorar – na expectativa, sobretudo, de que a Administração Trump anuncie medidas que estimulem o crescimento através da desregulamentação e de medidas fiscais. Trump prometeu para breve, recorde-se, um "plano fenomenal" para o regime fiscal das empresas.
Janet Yellen tinha já dito, no passado dia 18 de Janeiro, que a economia norte-americana estava "próxima" de atingir as metas do banco central do país no que diz respeito à inflação e ao emprego, tendo-se mostrado confiante de que continuaria a melhorar.
A presidente da Reserva Federal afirmou nessa altura que "faz sentido ir reduzindo gradualmente o nível de apoio em matéria de política monetária" e acrescentou que o timing para a próxima subida das taxas de juro directoras "dependerá da forma como a economia evoluir nos próximos meses". Yellen assinalou assim que a Fed continuava pronta para subir juros se a economia continuasse a fortalecer, tal como o banco central antecipa.
Entretanto, na semana passada, Yellen disse no Senado que há riscos em esperar muito tempo para aumentar os juros. A presidente da Fed não deu qualquer indicação sobre a altura em que os juros voltarão a subir, sendo que os investidores vêem como cada vez mais provável que tal possa acontecer já na reunião de 14 e 15 de Março.
Na reunião de 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro – encontro a que se referem as minutas hoje divulgadas – a Fed manteve a taxa directora no intervalo entre 0,50% e 0,75%, decisão que foi unânime.
Depois de cerca de uma década sem mexer nos juros, que se mantiveram em mínimos históricos entre 0% e 0,25%, a Reserva Federal, procedeu ao primeiro aumento (de 25 pontos base) em Dezembro de 2015 e posteriormente voltou a incrementar em 25 pontos base a taxa directora (em Dezembro de 2016).
(Notícia actualizada às 19:50)
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