Yves Mersch (na foto) é membro do Banco Central Europeu. Esteve numa conferência na capital do Japão onde assinalou que "a recuperação da Zona Euro está a ganhar cada vez mais tracção". "A confirmação de uma perspectiva de crescimento muito mais equilibrada está ao alcance", acrescentou citado pela Bloomberg.

Assim, a autoridade monetária do euro pode, em breve, vir a adoptar um tom mais optimista quanto às perspectivas económicas para a Zona Euro. Algo que pode ser encarado como um primeiro passo para uma redução dos estímulos. "Apesar de continuarmos a enfrentar alguns riscos, em particular no que diz respeito à perspectiva externa, as incertezas e fragilidades políticas têm consistentemente evoluído de uma forma positiva na Europa desde o começo do ano", adiantou ainda Mersch. Estes comentários surgem depois de Emmanuel Macron ter sido eleito presidente de França, com mais de 66% dos votos.

As eleições em França eram vistas com um teste à União Europeia. Depois de no ano passado o Reino Unido ter decidido sair da União Europeia e de Donald Trump ter sido eleito presidente dos EUA, havia receios que a França, uma das principais economias das Zona Euro, elege-se um populista para a presidência.

"Se a economia da Zona Euro recuperar e a inflação continua a perseguir o seu caminho em direcção ao objectivo da inflação do BCE de uma forma sustentável, uma discussão sobre a normalização das políticas" pode ser pertinente no futuro, disse Mersch.

Actualmente, o BCE tem em curso um programa de compra de obrigações no valor mensal de 60 mil milhões de euros – algo que se vai manter até ao final do ano.