O resultado líquido reportado pelo grupo Société Générale caiu 19,2% no primeiro trimestre deste ano, para 747 milhões de euros, face aos primeiros três meses do ano passado. Este valor fica aquém da estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucros na ordem dos 863 milhões de euros.

No comunicado da instituição francesa pode ler-se que o resultado líquido do grupo "quando corrigido de itens não económicos e de uma provisão adicional para disputas" ascenderia a 1.083 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

Os proveitos líquidos bancários do banco francês (reajustados para reavaliação das responsabilidades financeiras) cresceram para 6.452 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. No período homólogo anterior, este indicador tinha-se situado nos 6.030 milhões de euros "testemunhando o bom desempenho do negócio comercial".

O ROE (rendibilidade do capital próprio) caiu para 5,2% de Janeiro a Março deste ano, contra os 7,1% no primeiro trimestre do ano passado. O ROE ajustado ficou nos 10,5%.

Entretanto, o banco comunicou ainda ao mercado que chegou a acordo com as autoridades líbias. "O Société Générale anunciou hoje que alcançou um acordo com a Autoridade de Investimento Líbia em relação a uma disputa civil que os opunha e relacionada com transacções em 2007, que ascendiam a 963 milhões de euros. As partes vão notificar o tribunal britânico do acordo esta manhã, de forma a permitir ao tribunal colocar um fim nos procedimentos", pode ler-se no comunicado.

O Société Générale fez provisões no valor de 350 milhões de euros para "disputas". O número relacionado com o processo da Autoridade de Investimento Líbia ascende a 1,5 mil milhões de dólares, de acordo com fontes da Bloomberg. O julgamento relacionado com este processo, depois de terem surgido alegações de corrupção e suborno, devia começar dentro de dias depois de ter sofrido um atraso de cerca de duas semanas, escreve a mesma fonte.

Este acordo resolve "todas as questões entre ambas as partes" relacionadas com cinco transacções, que ocorreram em 2007 e em 2009, adiantou o banco, citado pela Bloomberg.

Os termos do acordo não foram divulgados. Contudo, o Société Générale garantiu, segundo a Bloomberg, que, dadas as provisões adicionais que foram feitas, o impacto do acordo está totalmente coberto pelo resultado líquido do banco no primeiro trimestre.