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Portugal Logístico está em revisão

"Bandeira" do Governo de José Sócrates já teve previstas verbas de dois mil milhões de euros. Mas uma sucessão de problemas, sobretudo com os privados, fez com que o programa acabasse por ter poucos desenvolvimentos

29 de Fevereiro de 2012 às 10:00

O sector da logística foi eleito como uma das grandes apostas para a economia portuguesa logo em 2005, na primeira legislatura de José Sócrates. Mas neste momento está em revisão, depois da entrada deste novo Governo, ainda que no final da anterior legislatura já tenha começado a ser reprogramado. O plano foi liderado pela ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.

Nessa altura, o objectivo era dotar Portugal de uma rede de plataformas logísticas, um total de 11 infra- estruturas espalhadas um pouco por todo o País .O investimento previsto para essa altura era de cerca de dois mil milhões de euros, entre fundos públicos e privados. O processo acabaria por dar sinais de alguma debilidade depois de adjudicadas as plataformas do Poceirão e de Castanheira do Ribatejo.

A Norte, a Somague acabaria por abandonar o projecto na Maia-Trofa, por "não ser rentável" e depois de vários problemas com a aquisição dos terrenos necessários. No resto, pouco avançou.

O Plano Estratégico de Transportes (PET), apresentado por este Governo, realça a necessidade de apostar nas infra-estruturas logísticas nos portos. "Cinco anos após a apresentação do plano Portugal Logístico, importa rever os seus objectivos e a sua adequação à conjuntura actual, dando prioridade ao desenvolvimento das plataformas logísticas, cuja concretização seja realizada com recurso primordial à iniciativa privada", diz o PET.

A Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo é um exemplo das dificuldades que encontrou o modelo escolhido para levar a cabo a implantação do Portugal Logístico. A infra-estrutura ainda não tem clientes e, por isso, não foram construídas nenhuma das naves previstas, tendo sido executadas apenas obras de acessos.

Segundo adiantou em Dezembro passado ao Negócios fonte oficial da Câmara de Vila Franca de Xira, "a nova empresa responsável pelo projecto (Saba, Parques Logísticos), informou o Município que irá manter o investimento. As naves começarão a ser construídas logo que tenha contratos assinados com clientes, não havendo, para já, data prevista para o arranque destas obras".

A Saba é uma filial do grupo espanhol Abertis, a quem em 2008 foi adjudicada a plataforma. Nessa altura foi a Abertis Logística a ficar com o projecto, mas as alterações internas na concessionária conduziram à criação da Saba.

Nessa altura, o investimento previsto para a infra-estrutura rondava os 370 milhões de euros. Não é claro quanto já terá sido executado. Inicialmente, o grupo previa arrancar com a operação na plataforma em 2010.

Aumento das exportações é um desafio para o sector

O aumento das exportações e diminuição das importações que se tem verificado nos últimos meses em Portugal está a colocar alguns obstáculos às empresas de logística, que podem reflectir-se na forma como serão reformulados os planos para a logística em Portugal. O principal

problema é que os camiões deixam de ter carga para regressar a Portugal e isso traz prejuízos às empresas.

O actual Governo quer apostar numa estratégia sobretudo de ligação dos portos à ferrovia para melhorar as ligações a Espanha e ao resto da Europa. E a logística será uma peça importante no aumento das trocas comerciais, mas numa versão bastante mais reduzida e com menos fundos públicos.

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