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Segundo maior accionista da EDP reduz posição para 2,958%

O Capital Group era o segundo maior accionista da EDP, com quase 10% do seu capital. A redução coloca a posição do grupo americano em menos de 3%.

Mafalda Santos
01 de Outubro de 2018 às 07:45

O Capital Group reduziu a sua participação no capital da EDP de 9,97% para 2,958%, deixando assim de ser o segundo maior accionista da eléctrica liderada por António Mexia. A redução da participação foi revelada esta segunda-feira, 1 de Outubro, através de comunicado enviado para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O Capital Group é um accionista de referência da EDP, tendo chegado a deter mais de 15% da eléctrica em 2015. Antes desta redução de participação, o Capital Group era o segundo maior accionista da empresa, passando para sexto, de acordo com a estrutura accionista disponível no site da EDP.

A venda da posição acontece numa altura em que a empresa liderada por António Mexia está em guerra com o Estado português devido às chamadas rendas da energia, um contexto marcado por uma elevada incerteza.

A EDP foi foi notificada, na semana passada, sobre o valor que poderá vir a perder dos pagamentos recebidos pelas centrais eléctricas abrangidas pelo regime dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). Este processo está a ser disputado com o Governo.

Em causa está um montante de até 357,9 milhões de euros com a introdução de aspectos inovatórios na passagem do regime dos contratos de aquisição de energia (CAE) para o dos CMEC. Esta leitura foi feita pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a pedido do secretário de Estado da Energia.

Depois disto, a EDP decidiu avançar com um processo contra o Estado.

Ainda assim, a empresa tem de se preparar para o pior cenário. E tendo em conta que poderá não receber este montante, o impacto nas contas é significativo, passando de um lucro de 800 milhões de euros este ano para um valor entre 500 e 600 milhões.

A eléctrica liderada por António Mexia admite mesmo que este será o primeiro ano, desde a reprivatização da EDP, em que a actividade em Portugal representa um prejuízo. Contudo, o resultado líquido do grupo (e não apenas da operação em Portugal) deverá ser positivo.

Ainda não se sabe como é que será materializado o acerto de contas entre a eléctrica e os consumidores de electricidade. Tanto poderá acontecer através de uma redução de preços como através do abate à dívida tarifária. A decisão fica nas mãos do regulador. Em causa estão os contratos que suportam as chamadas rendas às centrais da empresa liderada por António Mexia.

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