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Luzes, câmara, ações! Mas quais?

Investir em bolsa pode ser uma opção muito lucrativa. Mas é preciso bem mais do que dar ordens de compra. Há que estudar os mercados e as empresas. Conheça as 11 ações que recomendamos para este ano.

23 de Janeiro de 2018 às 12:21

Por dia, a PROTESTE INVESTE acompanha o sobe e desce de mais de uma centena e meia de ações, 164, para sermos mais precisos. Destas, neste momento, apenas 30 merecem conselho de compra. E, dentro deste grupo de eleição, a PROTESTE INVESTE selecionou um conjunto de 11 que, em 2018, podem operar o milagre da multiplicação do capital investido. A PROTESTE INVESTE estudou cada uma delas a fundo e apresenta, nestas páginas, as razões pelas quais estas ações poderão ser uma boa opção de investimento no ano que se iniciou. Todas estão baratas e, à exceção de uma, a Telefônica Brasil, o grau de risco não vai além do nível 3, numa escala de 1 a 5 (veja porque é que a operadora de telecomunicações brasileira apresenta um risco maior na respetiva ficha). Ao preço baixo e risco pouco elevado, junte-se a diversificação por vários mercados e setores de atividade, mandamento maior do investimento em bolsa (nem todos os países e setores são afetados da mesma forma pela conjuntura económica).

As praças americanas são as mais representadas na seleção da PROTESTE INVESTE, mas as escolhas abrangem sete mercados diferentes. Quanto às áreas de negócio, a PROTESTE INVESTE elegeu também sete ramos de atividade distintos, desde os mais defensivos, como as telecomunicações (Vodafone e Telefônica Brasil) e o da energia (EDP, Engie e REN), aos mais cíclicos, logo com maior potencial de valorização, como os setores tecnológico (Cisco Systems e Intel), petrolífero (Chevron), financeiro (Axa) e automóvel (BMW).

A distribuição de bons dividendos é uma das marcas de água das 11 empresas escolhidas. É, naturalmente, música para os ouvidos dos investidores, que podem, assim, sonhar com uma carteira globalmente rentável, sobretudo em períodos de maior turbulência bolsista. O rendimento médio do dividendo bruto previsto para 2018 das nossas 11 eleitas é de 4,7%, um valor bastante superior à média do mercado.

Os 11 títulos que a PROTESTE INVESTE recomenda para 2018 

AXA

AXA
Financeiramente sólida e geradora de bons dividendos, a Axa é uma das principais seguradoras mundiais. Tem uma nova equipa de gestão, empenhada numa estratégia de crescimento, que inclui aquisições de pequena dimensão e direcionado, sobretudo, para os mercados emergentes. Está apostada também em reduzir custos e em concentrar forças no setor segurador e não tanto na gestão de ativos, que é muito concorrencial. O objetivo é atingir um crescimento médio anual do lucro operacional de 3% a 7% até 2020.

BMW

BMW
A BMW integra a lista dos líderes mundiais na venda de carros de luxo, logo atrás da Mercedes e à frente da Audi, e tem como principais mercados a China, a Alemanha e os Estados Unidos. A rentabilidade a curto prazo pode estar a ser pressionada pelo esforço de investimento na renovação da gama e em novas tecnologias, como os veículos elétricos e os testes de condução autónoma, mas o grupo continua a ter resultados sólidos. O ambicioso objetivo de vender três milhões de veículos em 2020 face aos 2,4 milhões vendidos 2016 é, agora, o foco.

CHEVRON

CHEVRON
A Chevron é uma petrolífera americana presente em dezenas de países, e que opera em toda a cadeia setorial, em especial na exploração e produção do chamado "ouro negro". O grupo pretende manter os custos sob controlo e aposta numa estratégia prudente de crescimento, após as vendas de ativos realizadas nos últimos anos. A prioridade do investimento é o mercado americano, onde os custos de produção são baixos. O grupo beneficia de uma progressão sustentada da produção e de uma boa solidez financeira. A ação tem um risco inferior à média.

CISCO SYSTEMS

CISCO SYSTEMS
A Cisco está, tradicionalmente, vocacionada para a internet e equipamentos de rede para empresas, negócio que ainda representa mais de 50% das vendas. Mas, após uma profunda restruturação, aposta agora em novos softwares e serviços mais rentáveis para reduzir a dependência das vendas de routers, comutadores e outros equipamentos de comunicação, cuja procura tem enfraquecido. A empresa mantém uma rentabilidade confortável, tem uma clientela fiel e, financeiramente, está sólida. A nível das aquisições, está mais prudente.

EDP

EDP
A EDP é uma das maiores elétricas da Península Ibérica, sendo líder em Portugal, e ainda com presença importante no Brasil e nos Estados Unidos. O grupo combina um perfil de baixo risco - devido ao caráter regulado da sua atividade e à reduzida exposição às flutuações de mercado do preço da energia - com um bom potencial de crescimento nas energias renováveis. Apesar de a atual pressão regulatória estar a influenciar a cotação, a aposta nas energias limpas e a sua boa diversificação geográfica são trunfos do grupo a longo prazo.

ENGIE

ENGIE
A francesa Engie nasceu da fusão da Gaz de France com a Suez. A empresa vive um processo de transformação, que assenta na venda das atividades menos rentáveis e nas energias renováveis, serviços energéticos e atividades reguladas. Este caminho visa melhorar a rentabilidade, que caiu nos últimos anos, e impulsionar o lucro. A concentração em atividades reguladas tornará os resultados futuros mais previsíveis. Ao contrário de outras elétricas, a Engie tem a dívida controlada, pelo que não deve ser muito afetada pela subida das taxas de juro.

INTEL

INTEL
A americana Intel é uma das empresas líderes mundiais no fabrico de semicondutores. Apesar de operar num setor cíclico, e do declínio do seu negócio tradicional (microprocessadores para PC, que, ainda assim, representa 55% das vendas), o grupo mantém boas perspetivas. Isto graças à liderança tecnológica, que lhe permite fixar preços elevados, e ao crescimento de outros segmentos, como os processadores para servidores, negócio muito lucrativo. A boa rentabilidade e solidez financeira permite-lhe ainda fazer aquisições pontuais, como foi a caso da Mobileye.

REN

REN
O título da REN, empresa que gere a rede de transporte e armazenamento de gás e eletricidade em Portugal, tem um risco inferior à média, devido ao caráter muito regulado desta atividade, o que confere um grau de previsibilidade e estabilidade aos seus resultados. O título tem pouca volatilidade em bolsa e a recente correção da cotação (devido ao aumento de capital para comprar a EDP Gás) é uma boa oportunidade para investir. O alto rendimento do dividendo é outro dos trunfos desta ação, que é considerada um título refúgio.

TELEFÓNICA BRASIL

TELEFÓNICA BRASIL
A Telefônica Brasil é a filial brasileira da espanhola Telefónica, e resultou da fusão entre o operador fixo Telesp e o operador móvel Vivo. Apesar do desafiante atual contexto económico e político do Brasil, o grupo tem conseguido crescer e reforçar o seu domínio no mercado. Os resultados têm sido bons e as perspetivas mantêm-se favoráveis para os próximos anos, até porque a empresa beneficia de uma situação financeira confortável, o que lhe permite distribuir bons dividendos. Ainda assim, o risco do título é superior à média.

UBS GROUP

UBS GROUP
O banco suíço é líder mundial na gestão de fortunas e opera também na banca de investimento e na gestão de ativos. Prevê-se um crescimento destas atividades no futuro, mas as margens de lucro estão sob pressão devido à elevada concorrência. Ainda assim, a sua dimensão global é um trunfo do grupo, que pretende reforçar a sua posição nos mercados norte-americano e chinês. Graças à redução dos custos, a UBS tem melhorado a sua solidez financeira e, a médio prazo, deverá aumentar a rentabilidade.

VODAFONE

VODAFONE
A Vodafone é uma operadora britânica, presente sobretudo na Europa. Especialista em comunicações móveis, o grupo comprou vários operadores por cabo em diversos países para reforçar a sua oferta combinada (móvel, fixo, internet e televisão). Mas não deixou de investir numa infraestrutura móvel de alta qualidade. O resultado desta estratégia tem sido o crescimento do número dos assinantes e da receita média por cliente. Dada a elevada liquidez gerada, a dívida da empresa não é demasiado elevada e o dividendo distribuído é muito atrativo.

A ciência ajuda a eleger as melhores

Os 11 títulos recomendados para 2018 constituem, na íntegra, a carteira de ações da PROTESTE INVESTE, que pode ser acompanhada em www.deco.proteste.pt/investe/carteira-açoes. Mas não se fixe nos 12 meses que tem à sua frente. A escolha é baseada numa perspetiva de investimento de longo prazo, outro dos mandamentos no mundo bolsista. A curto prazo, a evolução dos mercados é sempre um enigma difícil de decifrar, dada a volatilidade das cotações. Mas, num período de tempo mais alargado, estas turbulências tendem a diluir-se. Se está a constituir a sua carteira agora, pode repartir o capital que pensa investir de forma igual pelas 11 empresas selecionadas.

Como escolher? O modelo de avaliação de ações da PROTESTE INVESTE assenta num conjunto de critérios científicos como os rácios cotação/lucro, cotação/cash flow, cotação/valor contabilístico e rendimento esperado relativamente ao risco.

Bolsas: evolução desigual, mas positiva

O número chama a atenção e tranquiliza o palpitante coração do investidor em ações: desde o início de 2012 que o índice mundial que mede a evolução das principais bolsas do planeta, o MSCI World, quase duplicou de valor. Estamos a falar de uma subida de 91,2% em euros. Isto significa que quem investiu em 2012 - altura em que a crise financeira de 2008/2009 começou, lentamente, a ficar mais turva na memória - viu o seu investimento crescer praticamente para o dobro.

Mas mercados há muitos e setores de atividade também. A evolução global é positiva, mas desigual. Veja-se o desempenho da bolsa portuguesa no mesmo período: -2,4%. Porém, apertando o "zoom" apenas para 2017, a praça lisboeta ganhou 14,6%, enquanto as bolsas mundiais subiram, em média, 4,9%, até ao final de novembro.

Moral da história: mesmo num contexto geral de subida dos índices bolsistas, é sempre possível encontrar mercados, empresas e ações com um retorno negativo. E vice-versa. Daí a importância - e o desafio - de saber escolher os melhores títulos.

Bom momento, mas...

Os mercados acionistas têm beneficiado de uma conjuntura de taxas de juro baixas, que desviaram o apelo dos investidores por outro tipo de ativos, como os depósitos ou as obrigações. Além disso, a intervenção dos principais bancos centrais mundiais, nomeadamente através da compra de ativos nos mercados financeiros, também ajudou a sustentar os preços. Não espanta, portanto, que algumas bolsas, nomeadamente nos Estados Unidos, tenham fixado sucessivos máximos históricos em 2017.

As previsões para a evolução da economia mundial também são positivas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima, para 2018, um crescimento de 3,7%.

... atenção

O cenário é, globalmente, favorável, mas as bolsas têm uma espécie de vida própria e podem sofrer algumas correções. Por um lado, as subidas dos últimos anos retiraram algum potencial de valorização aos mercados (menos margem para crescer) e, por outro, a previsível subida das taxas de juro, sobretudo nos Estados Unidos, embora gradual, também deverá pressionar os mercados acionistas, já que - vira a agulha - torna mais atrativas outras aplicações financeiras.

Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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