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“Shorts” no BCP no nível mais alto desde o aumento de capital

Depois de terem chegado a anular as apostas negativas no BCP, após o reforço de capital concluído em Fevereiro, os especuladores voltaram ao ataque no banco. Posições curtas no capital do BCP são de 3,7%.

Inês Lourenço
25 de Agosto de 2017 às 07:00

O BCP tem sido nos últimos anos o alvo preferido dos especuladores na bolsa de Lisboa para realizar apostas negativas. Mas, o maior optimismo em torno das acções após o aumento de capital concluído em Fevereiro levou estes investidores a retirarem as suas posições a descoberto. Contudo, nas últimas semanas, os títulos do BCP voltaram a atrair o interesse de "hedge funds" que procuram beneficiar com a descida das acções, num momento em que o sector tem sido pressionado pela expectativa de manutenção de juros baixos no euro.

“Shorts” no BCP no nível mais alto desde o aumento de capital

Desde o final do período anterior à conclusão do aumento de capital que o BCP não tinha uma percentagem de capital tão elevada nas mãos de investidores que estão a antecipar uma correcção das acções. Os títulos do banco registaram uma forte recuperação após a entidade ter concluído em Fevereiro um reforço de capital, uma operação que permitiu à entidade reembolsar os 700 milhões de euros que ainda faltava pagar ao Estado. O facto de se livrar do peso deste empréstimo e poder voltar a focar-se na sua actividade operacional foram factos aplaudidos pelos especialistas, que destacam que o regresso à rentabilidade é agora o principal desafio do BCP.

Draghi pressiona sector

No entanto, nos últimos dias a instituição não escapa ao mau desempenho do sector na Europa, tendo interrompido da última sessão uma série de sete sessões negativas, o maior ciclo de quedas desde Junho de 2016. As acções do BCP terminaram a sessão desta quinta-feira a valorizar 1,63% para 0,23 euros, depois da instituição ter perdido cerca de 6% do seu valor nas sete sessões anteriores.

A expectativa de que o BCE mantenha as taxas de juro em níveis muito deprimidos, prejudicando a rentabilidade dos bancos, tem estado a penalizar o sector da banca. "Este desempenho negativo tem a ver com a redução de expectativas quanto a uma subida das taxas de juro por parte do BCE e está a afectar toda a banca europeia", explicou Pedro Lino, administrador da Dif Broker.

Mario Draghi discursa esta sexta-feira em Jackson Hole, mas a agência Reuters adiantou, este mês, que o presidente do BCE não irá dar pistas sobre a retirada de estímulos na região. Uma notícia que acelerou uma queda da banca europeias. Ainda assim, "os resultados positivos, com a descida imparidades e do crédito malparado, dão algum conforto a quem tem BCP", remata Paulo Rosa, trader do Banco Carregosa.

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Outras acções com posições a descoberto

O BCP é o título onde a percentagem de capital em posições a descoberto é maior, mas há mais empresas com apostas contrárias. REN, CTT ou Pharol são algumas das acções com "shorts".

REN na mira dos especuladores

A REN é actualmente a segunda empresa no PSI-20 com a maior proporção de posições a descoberto no seu capital. O britânico Lansdowne Partners mantém uma aposta curta de 2,01% na empresa liderada por Rodrigo Costa, enquanto o Point72 Europe assumiu, em Junho, uma aposta contrária de 0,5%. Tudo somado, há 2,51% do capital da REN a descoberto.

Mais de 2% dos CTT em posições curtas

A BlackRock e o Connor, Clark & Lunn Investment Management são os dois fundos a apostar na queda das acções da empresa de correios, detendo participações a descoberto representativas de 2,08% do capital. Estas posições foram construídas após Março, antes da companhia divulgar mais um conjunto de resultados desapontante. A gestora norte-americana mantém uma posição curta de 1,1%, enquanto o Connor, Clark & Lunn detém 0,98% das acções da REN a descoberto.

Pharol na lista das mais "shortadas"

A antiga PT SGPS é uma das empresas na bolsa nacional que tem motivado apostas negativas. As participações a descoberto reportadas no site da CMVM são de 1,67%, num momento em que os investidores continuam à espera da reestruturação da sua participada brasileira Oi. Marshall Wace e Oxford Asset Management são os "hedge funds" que estão a fazer "short selling" na cotada, depois de a Oi ter entrado com um pedido de recuperação judicial em Junho de 2016 por não conseguir negociar um total de 65,4 mil milhões de reais em dívidas.

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