CaixaBI reduz preço-alvo da Nos de 7 para 6 euros
Apesar de realçarem o "ritmo sólido" de aumento das receitas e do EBITDA, os analistas do CaixaBI decidiram cortar o preço-alvo atribuído à Nos de 7 euros para 6 euros, reflectindo a perspectiva de maior pressão sobre as margens EBITDA da operadora de telecomunicações.
Em nota de "research" emitida esta quarta-feira, 29 de Março, o Caixa Banco de Investimento (CaixaBI) decidiu cortar o preço-alvo atribuído às acções da Nos de 7 euros para 6 euros, o que tendo em conta o valor de fecho de 4,95 euros na sessão bolsista de hoje confere um potencial de valorização de 21,21% aos títulos accionistas da operadora de telecomunicações.
Já a recomendação atribuído às acções da empresa liderada por Miguel Almeida foi reiterada em "comprar".
Os analistas da casa de investimento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) realçam que a Nos tem conseguido aumentar as receitas e o EBITDA a um "ritmo sólido", acrescentando a capacidade da empresa para conquistar mercado em todos os segmentos das telecomunicações.
Por outro lado, o CaixaBI destaca a redução do custo médio da Nos com o seu serviço da dívida ao mesmo tempo que mantém "um balanço robusto".
Esta casa de investimento antecipa que a Nos continue a aumentar o nível das receitas a um ritmo superior ao dos seus concorrentes, num momento em que os operadores de telecomunicações deverão aumentar preços "claramente" acima do nível da inflação por forma a "compensar" os custos mais elevados com a transmissão de conteúdos desportivos. Os analistas do CaixaBI antevêem ainda que as margens EBITDA da Nos deverão ser cada vez mais pressionadas por custos superiores em todas as frentes e pelas promoções e descontos que deverão implementar para defender a sua quota de mercado.
Estimam também que o investimento operacional (capex) aumente 16% acima da média apresentada nas previsões feitas no último "research" desta casa de investimento.
Tendo em conta a subida das expectativas em relação ao capex, o CaixaBI projecta agora que o cash-flow da empresa liderada por Miguel Almeida recue uma média de 22%, pese embora esta casa de investimento tenha agora uma "perspectiva mais optimista" em relação à política de dividendos da operadora. Os analistas desta unidade de investimento antecipam um aumento de 25% na distribuição de dividendos por acção em 2017.
Recordando que a análise feita à Nos desde a fusão entre a Zon e a Optimus assenta em duas perspectivas – crescimento e potencial de melhoria da política de dividendos – o CaixaBI recorda que a primeira está "solidamente alcançada" apesar do "natural abrandamento" que se perspectiva para os próximos anos, e que "é agora chegado o tempo certo" para olhar para os dividendos da Nos.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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