Os depósitos a médio e longo prazo continuam a ser a principal aposta na oferta dos bancos. E é nestes que estão as taxas mais atractivas, mas por norma os juros são mais elevados no final da aplicação. É uma forma de fidelizar os investidores. Mas primeiro precisam de conquistá-los… E para isso muitos apresentam taxas elevadas para investimentos de muito curto prazo.

O aumento dos juros oferecidos tem-se traduzido numa subida da taxa média dos depósitos. Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que a remuneração média ascendeu a 1,75%, em Julho, depois dos 1,4% em Junho. As taxas continuam baixas, mas "as apertadas condições de liquidez nos mercados financeiros" deverão ditar uma concorrência "mais agressiva" pelos depósitos, defendeu, recentemente, o Espírito Santo Research.

Ou seja, com maior concorrência, os bancos serão obrigados a oferecerem juros mais altos, para conseguirem financiamento. É isso que se está já, de certa forma, a assistir. A média dos juros aplicados às novas aplicações até um ano está ainda abaixo dos 2%, mas há já muitos bancos, na maioria estrangeiros, a oferecerem retornos bem mais atractivos.

Nos depósitos a um ano, a taxa mais elevada é apresentada pelo Privat Bank. É um banco desconhecido de muitos portugueses. É da Letónia, mas está abrangido pelo Fundo de Garantia de Depósitos - o que dá maior segurança aos investidores - e tem na taxa bruta anual de 3,75%, a maior "arma" na "guerra" pelas poupanças. Seguem-se o Banco Popular e o Banif, sendo que este último apresenta uma taxa abaixo da fasquia dos 3%.

Estas são as melhores propostas para investidores que não pretendem ficar com o dinheiro "congelado" por muito tempo. Para quem 12 meses é uma eternidade, há sempre as propostas de três e seis meses. Nos investimentos a 180 dias, o banco letão volta a ser o mais competitivo. O Popular aproxima-se da oferta do Privat Bank com o "Depósito Ouro Crescente 6 meses", que paga um juro anual de 3,25% (ver gráficos).

É preciso ter em atenção que as taxas apresentadas são sempre anuais. Quem faz um depósito por um período inferior beneficia desta rendibilidade mas apenas para o prazo definido. No caso da oferta do Popular, a taxa bruta para o período do investimento é, assim, de 1,625%. Neste caso, num investimento de 5.000 euros, o ganho no final dos seis meses será de 81,25 euros. Em termos líquidos, o valor é de 63,78 euros.

Este ganho é quase o dobro do obtido com a aplicação do Banco Best, que anuncia uma taxa de 4% (mais elevada do que a do Popular), mas para um investimento de apenas três meses. Neste caso, o ganho líquido com a entrega do mesmo valor é de 39,25 euros. Este valor é, sensivelmente, o dobro da média das aplicações de um total de 17 aplicações com esta maturidade analisadas pelo Negócios.

A puxar a média para baixo estão depósitos como o da CGD. O banco do Estado tem a taxa mais baixa para um investimento a três meses: 0,1%, que se traduz em apenas 0,98 euros, numa aplicação de 5.000. Se o depósito for a 12 meses, o ganho não chega a 14 euros, já que a taxa oferecida é de 0,35%. É demasiado baixa face à subida dos preços. Ao fazer um depósito com um juro destes, está a "perder dinheiro" dada a inflação esperada de 1,4%, este ano, e 2% em 2011.

Invista 5.000 e ganhe até 150 euros

As taxas mais elevadas estão nos prazos mais curtos, mas é nas aplicações a um ano que os investidores podem fazer render mais as suas poupanças. Conheça as diferentes propostas para uma aplicação de 5.000 euros. Ganhe de 20 a quase 150 euros sem qualquer risco.