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Estado financia-se em 700 milhões com juros mais altos

O Tesouro concluiu o plano de financiamento. Angariou 700 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco anos, segundo a Bloomberg. Mas a taxa foi a mais alta de 2016 para esta maturidade.

Cristina Casalinho IGCP
Cristina Casalinho IGCP Bruno Simão
23 de Novembro de 2016 às 10:44

Os juros subiram na última emissão do ano. Para emitir 700 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco anos, o Estado pagou um juro de 2,112%. Foi a taxa mais alta em leilões de dívida a cinco anos realizados este ano. Na última operação comparável, realizada no final de Outubro, a taxa tinha sido de 1,751%.

O valor colocado esta quarta-feira esteve perto do intervalo máximo do montante indicativo, que era de entre 500 milhões a 750 milhões de euros. Já a procura excedeu em 1,92 vezes a oferta, em linha com o último leilão semelhante, segundo dados da Bloomberg.

A taxa paga pelo Estado foi penalizada pela reapreciação das obrigações a nível global, que provocou subidas nos juros a nível global, uma tendência a que a dívida portuguesa não escapou. E, dado o maior risco das obrigações nacionais, os juros portugueses acabaram por ser dos mais penalizados. 

Cristina Casalinho IGCP
Estado financia-se em 700 milhões com juros mais altos

 

"Assim que vi a taxa tive um sobressalto. É uma subida considerável de mais de 25 pontos base no espaço de um mês", refere João Queiroz. O director de negociação do Banco Carregosa explica este factor com "o aumento da percepção dos investidores sobre o risco da dívida portuguesa. Apesar de não termos aumentado o risco face a Espanha ou Itália, a distância que nos separa das taxas alemãs está nos valores mais elevados do último mês. É notório que os investidores estão a exigir um prémio maior e também talvez tenha sido por isso que o Tesouro decidiu não emitir o montante máximo previsto."

Já José Lagarto, gestor de activos da Orey Financial, considera que "numa altura em que a tendência das taxas de juro a nível global é de subida, a colocação perto do máximo proposto poderá ser encarada como bem-sucedida".

No entanto, nos dois primeiros dias da semana houve algum alívio no mercado de dívida nacional, o que ajudou a mitigar esse impacto no leilão. Além disso, o Tesouro anunciou esta terça-feira o reembolso antecipado de mais 2.000 milhões de euros ao FMI. Um sinal que foi interpretado de forma positiva pelos analistas. "Fazer o reembolso é um sinal de confiança sobre a capacidade de executar o financiamento do próximo ano", referiu David Schnautz, estratego do Commerzbank. 

(Notícia actualizada às 11:13 com comentários de analistas )

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