OTRV promovidas a fonte regular de financiamento
O IGCP avançou com uma nova emissão de dívida para o retalho com um montante indicativo de 500 milhões de euros, depois de no ano passado ter levantado 3.450 milhões de euros com estes títulos.
Depois de ter levantado 3.450 milhões de euros com a venda de obrigações para o retalho no ano passado, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai avançar com uma nova série de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). O objectivo é colocar 500 milhões de euros com esta nova emissão, com uma remuneração de 1,9%, aproveitando o forte interesse dos investidores neste produto.
"Este instrumento tem tido muito boa aceitação por parte dos investidores e pretendemos que passe a ser uma fonte regular de financiamento em complementaridade com os restantes títulos como OT ou CA e CTPM, sendo os primeiros orientados para investidores institucionais e os segundos para o retalho", explica Cristina Casalinho, presidente do IGCP, ao Negócios. Além do elevado apetite dos investidores, também os bancos, responsáveis pela colocação destes títulos, se mostraram "disponíveis para voltar a colaborar com o IGCP no seu esforço de financiamento".
O período de subscrição dos novos títulos arranca no dia 27 de Março, e decorre até ao dia 7 de Abril. No entanto, a taxa de 1,9% é a mais baixa desde que as obrigações para o retalho foram lançadas, no ano passado. O juro compara com a taxa de 2% paga na emissão concretizada em Novembro, abaixo dos 2,05% oferecidos na operação concluída em Agosto e dos 2,2% na estreia destes títulos, em Março de 2016.
Cristina Casalinho realça que, apesar da subida das "yields" em mercado secundário, "para a fixação da taxa deste instrumento releva não a ‘yield’ a que transacionam as OT a cinco anos, mas o seu diferencial face à taxa de juro do swap a cinco anos. E esta diferença de taxas tem vindo a reduzir-se ao longo dos meses, embora o valor absoluta da taxa de referência se tenha elevado".
Tal como nas emissões anteriores, o IGCP pode aumentar o valor a emitir, sendo que "o seu aumento, ou não, vai depender da evolução da procura".
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