O que resta de Bolívar?
Sem Chávez e com o petróleo desvalorizado, a receita do internacionalismo "bolivarianista" não está a funcionar na Venezuela. A revolução do "libertador" parece estar moribunda num país onde a conflitualidade urbana está à espreita.
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Foi depois da aprovação de uma nova Constituição (1999) que o então recém-eleito presidente Chávez instaurou a República Bolivariana da Venezuela, uma homenagem ao legado de Simón Bolívar. O regime "chavista" financiou o "bolivarianismo" com recurso ao dinheiro jorrado pelas maiores reservas petrolíferas mundiais, e recorrendo à atribuição de subsídios vários, ao controlo de preços, a expropriações e a regalias para o sector militar. Tal como Bolívar, o "libertador", também o tenente-coronel Hugo Chávez identificou um inimigo externo - os Estados Unidos e o seu imperialismo capitalista filho da Doutrina Monroe - de forma a promover a unidade entre os países da América Latina, apoiando, financeira e diplomaticamente, regimes como o de Cuba, da Bolívia e da Nicarágua. Mas o "chavismo" e o internacionalismo "bolivarianista" sem Chávez e com petróleo desvalorizado não são a mesma coisa.
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