Enquanto instituição financeira com origem mutualista, o Banco Montepio sempre assumiu um papel ativo na transformação social, canalizando recursos para iniciativas com impacto positivo. Em 2024, robustecendo este compromisso, desenvolveu uma primeira metodologia estruturada de medição de impacto social, no que é um exercício pioneiro no setor bancário português.
Este exercício assenta na Teoria da Mudança, uma abordagem que estabelece a ligação entre os objetivos de longo prazo e as ações concretas necessárias para os atingir. Esta metodologia permite mapear de forma bastante rigorosa as mudanças efetivas geradas na vida das pessoas e comunidades abrangidas pelas soluções do banco. “A Teoria da Mudança tem sido um ponto de partida relevante para estruturar a nossa abordagem à aferição do impacto social – algo que queríamos muito começar a tangibilizar”, afirma Paula Viegas, Chief Sustainability Officer do Banco Montepio.
O trabalho foi realizado em articulação com parceiros especializados, conjugando indicadores quantitativos e qualitativos. O objetivo foi traduzir as atividades do banco em resultados concretos, mais compreensíveis e alinhados com referenciais internacionais de mensuração. “Procurámos traduzir realizações em resultados efetivos, tornando os nossos compromissos mais tangíveis e compreensíveis”, sublinha Paula Viegas.
Três áreas prioritárias
Neste contexto, o Relatório de Sustentabilidade de 2024 identifica três áreas prioritárias para a medição do impacto social: financiamento à economia social, acesso à habitação própria e permanente e financiamento alinhado com o pilar estratégico Pessoas. Foram também introduzidos dois novos indicadores — crédito concedido a pessoas com deficiência e impacto gerado por investimentos com impacto social.
Na economia social, o Banco Montepio disponibilizou 285 milhões de euros em crédito a entidades com finalidade social, abrangendo 3.734 clientes e assegurando uma taxa de penetração de 28% face ao universo nacional. No acesso à habitação, missão histórica do banco, foram concedidos 228,6 milhões de euros em crédito a jovens até 35 anos (29% do total), e 62,7 milhões de euros a famílias com rendimentos abaixo da média nacional.
Em territórios de baixa densidade, o financiamento atingiu 123,5 milhões de euros, contribuindo para a coesão territorial e a revitalização de comunidades locais. Também as necessidades de pessoas com deficiência foram contempladas com 19,2 milhões de euros em crédito bonificado para 222 clientes.
Pessoas e Inovação
No pilar Pessoas, foram concretizados 4,2 milhões de euros em soluções com impacto direto na vida das famílias, como a Code Academy (formação em programação para desempregados), a Linha de Crédito Saúde e a Linha de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego, para fomentar o empreendedorismo e combater o desemprego de longa duração. Na área do investimento em inovação social, o banco investiu 1,5 milhões de euros no Impact Innovation Fund, gerido por uma equipa liderada por mulheres e focado em projetos com impacto mensurável nas áreas da educação, inclusão, economia circular e azul, agricultura e biodiversidade.
Ao adotar esta abordagem, o Banco Montepio não só reforça a transparência e a capacidade de decisão estratégica, como também consolida a sua posição enquanto parceiro de confiança para clientes, comunidades e entidades da economia social. “Este é um processo em evolução, e é por isso que continuamos empenhados no reforço da nossa metodologia e no alinhamento com referenciais internacionais de mensuração de impacto social”, conclui Paula Viegas.