Portugal prepara-se para reforçar a sua visibilidade no mapa do investimento internacional. Durante amanhã e 13 de novembro, decorre a segunda edição do Portugal Capital Markets Day, uma iniciativa que reúne empresas cotadas, investidores institucionais, academia e representantes do Governo para reforçar o papel do mercado de capitais no financiamento da economia real e na projeção económica externa do país.
Organizado pela Euronext e pela AEM, com o apoio principal da Aon Portugal, e com o envolvimento da VdA – Vieira de Almeida, J.P. Morgan e PwC, o programa assenta em quatro momentos complementares: a apresentação de um novo relatório académico; uma conferência pública em Lisboa; um roadshow internacional junto de investidores; e um jantar estratégico reservado. O objetivo é consolidar a perceção de Portugal como destino competitivo, seguro e orientado para a inovação – uma narrativa que, apesar dos progressos recentes, ainda não está plenamente refletida nos mercados financeiros internacionais.
Nos últimos anos, a economia portuguesa tem evoluído de forma consistente, sustentada pelo reforço da qualificação do capital humano, modernização das infraestruturas energéticas e digitais, expansão de centros tecnológicos e logísticos e desenvolvimento de um ecossistema de inovação mais consolidado. Esta transformação tem reposicionado o país como plataforma europeia e atlântica de investimento produtivo. Contudo, em vários centros financeiros permanece uma perceção desfasada do contexto atual. A iniciativa procura precisamente reduzir esse intervalo entre realidade e perceção.
Reforçar a atratividade de Portugal
A conferência central terá lugar a 12 de novembro, na Culturgest. O encontro reunirá investidores, líderes empresariais, representantes do Governo e especialistas, para discutir as vantagens competitivas do país e o papel das infraestruturas e da inovação no crescimento económico. A presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinha a relevância estratégica do tema no contexto da competitividade e do investimento.
O programa inclui debates com o regulador e com gestores de topo de empresas portuguesas, que irão analisar como o mercado de capitais pode financiar projetos industriais, tecnológicos e infraestruturais de maior escala. Em foco estará igualmente o peso da regulação no desenvolvimento dos mercados e de que forma eventuais reformas podem contribuir para dinamizar o investimento e estimular a inovação.
Um relatório que sustenta a narrativa competitiva
Durante a conferência será apresentado o relatório “Portugal as a Prime Investment Destination: Infrastructure & Innovation at the Core”, desenvolvido pelo Centro de Estudos Aplicados da Católica Lisbon. O documento conclui que o desempenho económico entre 2022 e 2025 resulta de fatores estruturais – maior qualificação da mão de obra, bases industriais mais sólidas, redes digitais e energéticas avançadas e expansão de polos tecnológicos.
O estudo identifica ainda áreas de investimento emergentes com forte potencial de escala, como transição energética, economia azul, logística avançada, tecnologias de ponta e manufatura de elevado valor acrescentado.
Roadshow com investidores internacionais
Paralelamente, ao longo de novembro, decorre um roadshow que irá pôr empresas portuguesas cotadas perante investidores institucionais de geografias como Londres, Paris, Nova Iorque, Zurique, Madrid e Singapura. Estão previstas mais de uma centena de reuniões individuais — um aumento face à edição anterior —, reforçando o posicionamento das empresas portuguesas nos circuitos globais de investimento.
O foco é construir relações, esclarecer estratégias e aumentar a confiança mútua, mais do que captar investimento imediato.
Um jantar estratégico para alinhamento de prioridades
O programa inclui ainda um jantar reservado com investidores internacionais, que contará com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. Será um momento para discutir prioridades de investimento estruturante, nomeadamente mobilidade, energia, logística e habitação, numa perspetiva de médio e longo prazo.
Mais do que um evento, o Portugal Capital Markets Day representa uma afirmação estratégica: Portugal dispõe de recursos, conhecimento e condições estruturais para competir nos setores de maior valor acrescentado. O passo seguinte é consolidar essa perceção junto da comunidade financeira global e mobilizar capital que permita transformar potencial em crescimento sustentado.
Conheça aqui o programa da iniciativa.
