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Um lugar ao Sol

O cepticismo parece o ar que se respira na Bolsa nacional a toda a hora, mas o cepticismo é o alimento preferido dos touros.

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Antes de escrever este último artigo antes de partir para férias, fui reler o que tinha escrito há um ano. Na altura, elencava uma série de argumentos para justificar o porquê de estarmos num "Bull Market" pois nem todos estavam convictos de que vivíamos mesmo um ciclo ascendente no mercado português.

Hoje, um ano depois, creio que é indiscutível que vivemos um "Bull Market". Já não são necessários argumentos para que todos percebam que vivemos num mercado dominado pelos touros. Neste ano vivemos um "Bull Market" entusiasmante, com valorizações fantásticas? Não. O PSI está hoje cerca de 7% acima dessa altura, o que mostra bem quão calmo tem sido este último ano.

É a discrição deste "Bull Market" que o impede de saltar para a ribalta, para as primeiras páginas dos jornais. Há quanto tempo não vêem, nos "Telejornais", notícias sobre os ganhos dos investidores em Bolsa, sobre as subidas no mercado português? Há muito tempo. E essa ausência de euforia é um sinal positivo. O "Bull Market mais odiado da História" é uma expressão que tenho utilizado recorrentemente ao longo do último ano. Muitos têm passado ao lado desta tendência ascendente, constantemente surgem análises a prever o apocalipse e o cepticismo parece o ar que se respira na Bolsa portuguesa a toda a hora. Mas o cepticismo é o alimento preferido dos touros e é ele que vai alimentando este mercado que sobe pouco mas que teima em não cair.

Tecnicamente, o que é me continua a deixar optimista? O facto dos mínimos relativos serem cada vez mais altos. Apesar das correcções, apesar de todas as crises existentes na economia e na política mundial, apesar de todas as profecias da desgraça, a Bolsa portuguesa continua a fazer mínimos cada vez mais altos, algo que é a base de qualquer "Bull Market". Qual o grande desafio dos touros neste momento? A resistência dos 5800 pontos. Tem-se revelado um obstáculo bastante difícil e, caso seja quebrada, o PSI fica com muito caminho para continuar a subir e a acelerar o ritmo. Pela segurança que tem sido revelada por este "Bull Market", pelos vários máximos históricos alcançados por algumas acções do principal índice português e pela força da tendência, acredito que será uma questão de tempo até os 5800 pontos serem ultrapassados. Posso estar errado? Claro que sim. Nunca me ouvirão ter certezas absolutas no mercado. Quando ouço alguém dizer que de certeza vai acontecer isto ou aquilo, arrepio-me, perguntando-me s

e é alguém que está há pouco tempo no mercado ou quem quer enganar. Ninguém sabe o que o mercado vai fazer amanhã. Ninguém.

Daqui a um mês, quando regressar à escrita, terei curiosidade em perceber em que ponto está este "Bull Market". Tem sido um Verão bastante aborrecido no mercado e não me espantaria se assim continuasse. Se irá quebrar ou não a resistência não será o dado o mais importante. Aquilo que, para mim, é decisivo é que continue sem dar qualquer sinal de fraqueza. É isso que me tem feito continuar, tranquilamente, de fato de touro vestido a cavalgar este "Bull Market".

Agora, vou despir o fato de touro. Não para o trocar por um de urso, mas antes por uns calções de banho. É hora de trocar os mercados pelo Sol. De trocar os touros pela família e amigos. De trocar as resistências pelo padel. De trocar o stress pelo relax. De trocar os números pelos afectos.

Daqui a um mês volto a vestir o fato de trabalho, espero que seja o de touro ainda. Cá nos encontraremos, no sítio de sempre. Onde há tantos anos tentamos perceber como será o dia de amanhã, mesmo sabendo que ninguém o consegue prever.

Um lugar ao Sol

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Analista Dif Brokers

ulisses.pereira@difbroker.com

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