O sono antes da agitação
A qualquer momento, o mercado pode acordar e ninguém nos vai dar um abanão para abrirmos os olhos.
Acompanhar as sessões das últimas semanas da Bolsa portuguesa tem dado sono. A monotonia e a falta de volatilidade tomaram conta do nosso mercado. Para terem noção disto, basta referir que, nas últimas 3 semanas, a amplitude do intervalo de variação do PSI foi de 1,8%. Quando um índice anda durante tanto tempo num intervalo tão apertado, pouco haverá a dizer.
Mas, curiosamente, há quem tenha que escrever sobre isso. São pagos para o fazer e para alimentar a curiosidade dos leitores que gostam de Bolsa e querem saber não apenas o que aconteceu mas por que razão tal sucedeu. Quando vejo alguém a ter que explicar por que a Bolsa portuguesa subiu 0,3% ou por que a acção X desceu 1% fico com pena de quem tem que inventar motivos e fico triste pelos leitores acharem que encontraram a explicação para movimentos minúsculos, apenas detectados com o auxílio de uma lupa.
Não se tem passado quase nada. Por isso, não há que inventar. Mas também convém não adormecer, apesar do ritmo da Bolsa portuguesa a isso convidar. Porque, a qualquer momento, o mercado pode acordar e ninguém nos vai dar um abanão para abrirmos os olhos. Tal como venho referindo há algum tempo, a zona decisiva a vigiar no PSI situa-se entre os 4800 e os 4850 euros. Se essa resistência for quebrada, convém estar bem desperto pois será o primeiro grande sinal de força da Bolsa portuguesa desde há muito tempo.
Até lá, não percam tempo a analisar movimentos do tamanho de uma pulga. E quando lerem explicações sobre isso, desconfiem. Centrem-se no que fazer quando o mercado se mover a sério. Porque é nesses momentos que se ganha dinheiro nos mercados.
Nem Ulisses Pereira, nem os seus clientes, nem a DIF Brokers detêm posição sobre os activos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui
Analista Dif Brokers
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