Legenda: Rui Ochôa, co-organizador do Reinvent the Event e diretor da Event Point.
O mercado dos eventos em Portugal vive um dos seus períodos mais dinâmicos e desafiantes. Depois da reinvenção forçada pela pandemia, o setor consolidou-se como um motor essencial da economia criativa e do turismo, impulsionando emprego, inovação e internacionalização. É neste contexto que regressa o Reinvent the Event, o maior encontro nacional dedicado à indústria, que ao longo dos anos tem vindo a afirmar-se como o espaço de debate, inspiração e ligação entre quem faz dos eventos uma arte.
Para Rui Ochôa, co-organizador do evento e diretor da Event Point, esta edição representa um novo salto qualitativo. “Este ano quisemos ir ainda mais longe na experiência dos participantes, proporcionando-lhes algo completamente diferente do que tinham visto em edições anteriores”, sublinha. A aposta é clara: surpreender. O mote, Unlocking the Unexpected, traduz essa vontade de explorar o inesperado, aquelas experiências que transformam um evento em algo memorável.
O programa deste ano combina nomes internacionais de peso, como Colja Dams, CEO da alemã Vok Dams, uma das maiores agências de eventos do mundo, e Josh Stinton, orador que desafia o público a encarar os negócios e a vida com um espírito mais livre e criativo. “Queremos inspirar, desafiar e equipar os profissionais com ideias e ferramentas que possam aplicar já no dia seguinte”, explica Rui Ochôa.
Mas o Reinvent é muito mais do que um palco de keynotes. A área de exposição cresceu, com mais empresas e soluções tecnológicas, e o programa de workshops foi reforçado. Desde o protocolo e o uso da inteligência artificial em eventos, até sessões práticas com líderes de empresas como a Europalco, o objetivo é proporcionar uma aprendizagem direta e participativa. Há ainda espaço para a inclusão, com a criação de uma safe room, uma área tranquila pensada para pessoas com neurodivergências. “É um passo em frente na acessibilidade e na forma como queremos que todos se sintam parte desta comunidade”, destaca o co-organizador do evento.
Ponto de encontro da indústria
O público esperado é vasto e diverso. Produtores, gestores de marcas, profissionais de comunicação, turismo e tecnologia, agências criativas e estudantes — todos têm lugar neste encontro. “O Reinvent é hoje o ponto de encontro da indústria em Portugal. Quem cá está acompanha tendências, debate desafios e tem acesso direto a quem está a liderar a mudança”, afirma Rui Ochôa.
Entre os momentos mais aguardados estão também os The Eventeers Awards, que celebram o talento e a criatividade nacional. “Os Eventeers são o momento em que a indústria se olha ao espelho e reconhece os melhores. É um selo de prestígio, mas também uma ferramenta de motivação”, explica. A votação é aberta ao público, reforçando o espírito de comunidade e participação que define o evento.
A presença internacional é outro dos pilares. Além dos keynotes, estarão no Estoril representantes de agências de vários países, como Jens O. Mayer (Jack Morton Worldwide), Cristian Hossu (Universum Events) e Lars Terje Grorud (JCP Norway). A integração de Portugal na rede europeia de eventos é uma prioridade. “O Reinvent contribui para reforçar a competitividade e a inovação do setor português, dando-lhe visibilidade e colocando-o num patamar global”, sublinha Rui Ochôa.
A importância dos eventos presenciais, num mundo cada vez mais digital, é outro dos temas centrais. “O digital é fundamental, mas o presencial é insubstituível”, afirma. “Num contexto em que tudo pode ser manipulado, a experiência que temos num evento presencial não pode ser fingida. É aquilo mesmo. É no encontro cara a cara que se criam relações sólidas, confiança e impacto emocional.”
Três desafios da indústria
Os desafios que se colocam à indústria são claros. Adaptar-se rapidamente à tecnologia, responder à exigência da sustentabilidade e atrair talento qualificado. O Reivent propõe-se ser o espaço onde estas questões são discutidas abertamente e onde se constroem soluções em conjunto. “O nosso papel é lançar pistas, desafiar modelos tradicionais e estimular a colaboração. Só assim teremos uma indústria mais madura, inovadora e competitiva”, reforça o diretor da Event Point.
Desde a primeira edição, o evento cresce em dimensão e influência. O balanço é positivo e o impacto é visível. Portugal é hoje um destino reconhecido pela qualidade das suas produções, pela criatividade das suas agências e pela capacidade de execução das suas equipas. O apoio do Turismo de Portugal, do Turismo de Cascais e de inúmeros parceiros reforça esta ambição de posicionar o país entre os grandes palcos europeus.
“O Reinvent não quer ser apenas um evento, quer ser um motor de mudança”, conclui Rui Ochôa. A mensagem é clara. Reinventar é mais do que inovar, é pensar diferente, partilhar conhecimento e transformar o modo como se vive e sente cada experiência”. No Estoril, a 27 de outubro, a indústria portuguesa dos eventos volta a reunir-se para se reinventar, mais uma vez.