"2025 poderá ser um dos anos mais fracos das exportações da última década", alerta Caldeira Cabral
As exportações das maiores economias da União Europeia para os Estados Unidos afundaram em junho, e em Portugal, apesar de as exportações de bens terem crescido mais de 3%, caíram em oito dos dez maiores compradores.
Manuel Caldeira Cabral diz que é preciso distinguir os dados dos primeiros três meses do ano para os três meses seguintes. "A evolução do primeiro para o segundo trimestre é de facto bastante preocupante, se continuar", disse em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.
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A Alemanha foi o país para onde as exportações mais subiram, quase 32% no semestre, mas mesmo nesse caso, "no primeiro trimestre exportámos mais 29% do que exportamos no segundo trimestre" e isso explica-se com o facto de, no primeiro, "as empresas que puderam antecipar exportações fizeram-no para escapar às tarifas" dos EUA, indica.
O antigo governante diz que as tarifas de 15% aplicadas às exportações da UE para os EUA vieram dar "alguma estabilidade", mas não deixam de ser muito superiores às praticadas anteriormente, em média de 2%. "É uma grande diferença e é uma diferença que já está a impactar no comércio", diz.
Nesse sentido, Caldeira Cabral antecipa que a década "muito boa de crescimento das exportações" esteja a chegar ao fim. "O dinamismo parece estar a baixar. Nesse sentido estamos perante um 2025 que poderá ser um dos anos mais fracos anos de crescimento das exportações desta última década, que foi uma década muito boa. O que é positivo é que provavelmente as exportações de bens e serviços vão continuar a ter um crescimento, mas vão ter provavelmente um crescimento bastante mais baixo do que foi a média desta década (...) isso vai afetar o crescimento do PIB", afirma.
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É um cenário que diz ser "preocupante, mas obviamente não demasiado preocupante", estimando que o PIB "vai continuar a crescer, mas vai crescer menos e muito mais próximo do PIB da UE".
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