Razão tinham aqueles que, há um ano, lançaram alertas sobre os perigos de uma maioria absoluta. Não se enganaram nem um bocadinho.
Uns a fingirem que querem ouvir, outros que querem falar e outros ainda que “no pasa nada”.
Convido sociólogos, psicólogos, filósofos a assistirem e a tirarem ilações sobre o fenómeno. Não tentem rebaixar, chamar de seita, igreja maná, berucha … analisem e estudem. Este é o país real, das pessoas comuns que querem sentir. Apenas isso, sentir. O Cristina Talks foi, para mim, uma ode à vulnerabilidade individual e coletiva.
O “altar-arena-multiusos” e o caso judicial à volta da contratação de Joaquim Mourão na Câmara de Lisboa são dois de muitos exemplos que ilustram a degradação profunda na contratação feita com o dinheiro público. Há muita mudança por fazer, mas os sinais não são bons.
Quer em relação à postura “egoísta” dos norte-americanos (ou protecionista), quer em relação à eventual fragmentação económica do tecido europeu por via de um excesso de concentração dos investimentos nos pesos-pesados, é essencial que os dois planos de reindustrialização sejam acompanhados de uma forte diplomacia económica.
O Governo, entretanto, já disse que vai analisar as sugestões de Cadete de Matos. Mais uma estupidez. O Governo não gosta de preços livres e acha que os operadores ganham muito dinheiro? Aumente os impostos.
O PIB registou em 2022 o maior crescimento dos últimos 35 anos, um registo atípico gerado pela abertura da economia depois do confinamento provocado pela pandemia. No último trimestre notou-se uma travagem, mas o país livrou-se da recessão.
A confluência de mudança global, disrupção e perigo é impressionante. As soluções estão na compreensão, cooperação e resolução de problemas. Uma melhor compreensão da Nova Economia Mundial será o objetivo desta coluna nos próximos meses.
Para reforçar as medidas de fiscalização, constata-se um aumento da função sancionatória, prevendo-se um aumento das condutas que constituem contraordenação laboral e a possibilidade de criminalização da má qualificação do contrato de trabalho.
As eventuais penalizações, pelo não cumprimento da lei, por ex-detentores de cargos públicos, devem ser da responsabilidade exclusiva destes e não envolver as empresas que beneficiaram de incentivos, legais, obtidos com base no cumprimento escrupuloso de todas as exigências da administração pública.