António Guterres: "As Nações Unidas têm de mudar"
"É chegada a hora de as Nações Unidas reconhecerem as suas lacunas e de alterarem o que precisa de ser alterado." Apesar do seu "contributo para décadas de paz, é agora chegada a hora de mudar." O alerta é de António Guterres, que esta segunda-feira, 12 de Dezembro, prestou juramento como novo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), sucedendo ao coreano Ban Ki Moon.
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Num discurso proferido em várias línguas, Guterres defendeu uma renovação que é "inevitável e incontornável", até porque, salientou, "os eleitores tendem a rejeitar o status quo, muitos perderam a confiança não só nos seus governos, mas nas instituições globais", como as próprias Nações Unidas.
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"O medo está a orientar as decisões das pessoas em todo o mundo", afirmou, defendendo que "é preciso trabalhar com os povos, com os lideres mundiais" e que trabalhar pela paz e pela prevenção dessa paz deve ser o grande desígnio da organização que agora vai liderar, desde logo "na luta anti-terrorismo".
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"Para avançar precisamos de mais responsabilidade. É preciso que cada instituição seja responsável e responde perante o sistema como um todo", proclamou. Temos de "trabalhar mais nas instituições" no sentido também de garantir "menos instabilidade".
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O 9º secretário-geral da ONU falou dos jovens e do desemprego jovem, das mulheres e da necessidade de assugurar a paridade género, uma missão que, relativamente à própria ONU, prometeu abraçar e garantir o mais cedo possível. "É essencial proteger as mulheres e as jovens. O papel que desempenham para a paz é cada vez mais inegável", sublinhou.
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Guterres elegeu três prioridades para o seu mandato, que se inicia oficialmente a 1 de Janeiro de 2017 e terminará em 2011. Juntamente com a reforma da ONU e a prevenção para a paz – prometeu empenhar-se pessoalmente na resolução do conflito sírio –, anunciou que o terceiro grande pilar da agenda de reformas tem a ver com os Estados membros e com a necessidade "de assegurar o Acordo de Paris" para o desenvolvimento sustentável e "assegurar resultados concretos" junto desses mesmos Estados membros.
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"Queremos que o mundo que as nossas crianças vão herdar seja um mundo guiado pelos princípios na carta das Nações Unidas", porém, "as ameaças a estes valores são quotidianas". Por isso, "é preciso passar do medo que temos pelos outros, para a confiança. Passar a confiar nas instituições. O meu contributo para as Nações Unidas centrar-se-á no aumento desta confiança", rematou.
Com a nova administração norte-americana, defendeu um "diálogo muito aberto e muito frando". Há muitas coisas a fezer e "um diálogo muito importante a abrir, afirmou, já depois, em conversa com jornalistas que tentaram, sem sucesso, pô-lo a comentar as posições de Trump, nomeadamente quanto ao Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.
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