Costa: Portugal tem que se concentrar na "ambição do pós-2020"

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que os programas comunitários têm de ser para todos os portugueses e não de Governo para Governo e que Portugal não pode "adormecer" tendo que se concentrar na "ambição do pós-2020".
António Costa
Miguel Baltazar/Negócios
Lusa 19 de Maio de 2017 às 12:46

"É altura de pensar o que queremos fazer a seguir a 2020. 2020 é já amanhã. E se queremos fazer bem no pós-2020 temos de preparar bem a negociação com Bruxelas e só preparamos bem se internamente nos prepararmos para sabermos aquilo que queremos", disse António Costa.

PUB

 

O chefe do Governo, que participava em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, na abertura oficial do alargamento A1 – auto-estrada do norte sublanço Carvalhos - Santo Ovídio, frisou que Portugal tem de saber antecipadamente o que quer fazer de modo a poder aproveitar os regulamentos europeus e falou de perspectiva de médio prazo.

PUB

 

"Já temos em execução plena e velocidade de cruzeiro os fundos do Portugal 2020 - foi a primeira grande prioridade e o primeiro grande trabalho que o Ministério do Planeamento teve de enfrentar - é agora altura de não adormecermos e concentrarmo-nos naquela que tem de ser a ambição do país no pós-2020", desafiou.

 

PUB

Neste sentido, António Costa disse que vai abrir o debate "chamando todos", nomeadamente autarcas, associações empresariais, associações ecologistas, instituições de solidariedade social, mutualidades, misericórdias e universidades.

 

"Temos de nos conseguir situar nessa perspectiva de médio prazo de forma a ter um processo de planeamento do país que seja mais informado, mais participado e mais consensualizado. Temos de nos inspirar nos bons exemplos dos outros países da União Europeia", disse o primeiro-ministro, acrescentando que o Estado tem de recuperar capacidade técnica e procurar consenso nacional.

PUB

 

"É essencial que o Estado volte a recuperar a capacidade técnica que infelizmente perdeu (...). Temos defendido que o novo programa de infra-estruturas deve ser aprovado na Assembleia da República por uma maioria de dois terços. Não estamos a falar de obras para uma legislatura, duas, três. Estamos a falar de obras que marcarão pelo menos o próximo século. Tem de ser rodeado de um grande consenso nacional", disse.

 

PUB

António Costa considerou não ser possível que Portugal em cada ciclo político reabra a discussão sobre o que vai ser feito durante as próximas décadas.

 

O primeiro-ministro afirmou querer construir um programa que não será deste Governo para outro Governo, mas sim "um programa para o país, para todas e todos os portugueses de forma a alcançar uma estratégia convergente para continuar a crescer e a gerar mais e melhor emprego e a reduzir as desigualdades".

PUB

 

Antes, António Costa aludiu ao programa "Capitalizar", considerando-o "central" no programa nacional de reformas. Em causa está, explicou, criar condições para que as empresas portuguesas possam ver reforçados os seus capitais próprios e possam ter acesso a mecanismos alternativos de financiamento, bem como ter um processo de justiça mais ágil a gerir os processos de reestruturação das empresas.

 

PUB

"O investimento privado tem sido essencial como motor do crescimento da economia ao longo do último ano. Tivemos um aumento de cerca de 7% do investimento privado ao longo do ano passado (...). Mas obviamente que não é possível prescindir do investimento público", referiu.

 

O primeiro-ministro disse que com a inauguração do túnel do Marão, há um ano, foi encerrado o ciclo de grandes obras de infra-estruturas rodoviárias no país.

PUB

 

O governante, que falou ainda do programa de valorização das áreas industriais, considerou que agora é tempo de se concentrar nos portos e na ferrovia, bem como na mobilidade urbana e fazer as que parecem "pequenas obras mas fazem a grande diferença na vida das comunidades", referindo que a obra hoje inaugurada como "excelente exemplo".

 

PUB
Pub
Pub
Pub