Empresas pedem para adiar pagamento de 445 milhões de euros em impostos e TSU

Na “mais brusca e violenta contração da história económica da humanidade”, já se inscreveram, em Portugal, mais de 58 mil novos desempregados
siza vieira
Pedro Catarino
Catarina Almeida Pereira e Rafaela Burd Relvas 21 de Abril de 2020 às 10:29

É, provavelmente, "a mais brusca e violenta contração da história económica da humanidade", considerou o ministro da Economia, Siza Vieira, referindo-se à notícia "absolutamente inédita", de "se pagar a alguém para ficar com o petróleo".

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Na sua primeira intervenção na audição da comissão parlamentar da Economia, no Parlamento, o ministro Siza Vieira fez um balanço de algumas das medidas adotadas.

"Neste momento já foi pedido o diferimento de cerca de 445 milhões de euros em pagamentos de impostos ou de contribuições para a Segurança Social", revelou.

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Há 85 mil empresas que já pediram lay-off, abrangendo, potencialmente, 1,85 milhões de euros, sobretudo nos setores do alojamento, restauração, comércio e indústria.

O que não impediu que o desemprego disparasse. "São cerca de mais de 58 mil inscritos neste mês ou a a 16 de abril por comparação com o mesmo dia do ano anterior".

Ainda assim, Siza Vieira sustenta que o lay-off tem travado os números e admitiu estendê-lo por mais meses, mesmo na fase de retoma.

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Impacto de 2.772 milhões de euros por mês

Ao longo da sua intervenção o ministro da Economia explicou que o apoio excecional para assistência à família custa 165 milhões de euros por mês, que o lay off custa 1.160 milhões por mês e que o apoio extraordinárioa para a retoma da empresa após o lay-off, de 635 euros por trabalhador, "tem um impacto de 1179 milhões e é a única medida que é paga uma única vez".

 

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"Todas estas medidas têm um impacto orçamental de 2772 milhões de euros, se estivesse apenas em causa um mês", disse.

Governo não quer alargar apoios a sócios-gerentes

Questionado sobre um eventual alargamento dos apoios aos sócios-gerentes, Siza Vieira respondeu que é difícil desenhar estas medidas, tendo em conta que alguns dos sócios-gerentes vivem apenas desses rendimentos e que outros têm património.

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Os sócios-gerentes de empresas com poucos empregados, que estão fora do apoio, podem sempre recorrer às medidas relativas aos trabalhadores dependentes, sugeriu.

"Uma empresa que tem trabalhadores e os coloca em lay-off recebe 635 euros [por trabalhador] a fundo perdido", ilustrou, referindo-se à medida que está prevista para quando as empresas saem do lay-off. 

Notícia atualizada às 11:16 com os dados orçamentais das medidas

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