José Sócrates: “Governo ultrapassou as barreiras da decência”
Os esclarecimentos prestados este Domingo pelo vice primeiro-ministro Paulo Portas sobre os cortes nas pensões de sobrevivência não amainaram as críticas de José Sócrates. Para o antigo governante, ao insistir em cortar pensões para trás “o Governo ultrapassou as barreiras da decência”.
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No comentário semanal na RTP 1, o antigo primeiro-ministro explicou que as pensões de sobrevivência são prestações sociais contributivas – ao contrário do que acontece com o rendimento social de inserção, o complemento solidário para idosos ou o abono de família, que são pagas pelas receitas de impostos, as pensões de sobrevivência resultam dos descontos que cada um faz individualmente para a Segurança Social.
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Por isso, não se lhes podem impor as limitações que o Governo pretende impor, e
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muito menos para as pensões que já estão em pagamento. É quanto basta para José Sócrates considerar que o "Governo ultrapassou as barreiras da decência".
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Portas, o fingidor
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“Paulo Portas está a cortar pensões que não tem o direito de cortar. Com que cara fica agora, ele que se auto-intitulou Provedor dos idosos? Andou a fingir”, atirou ainda o antigo governante.
Portas tem dito que não falou da medida há uma semana, aquando da conferência de imprensa da sétima avaliação da troika, porque não a conhecia, mas José Sócrates não acredita. “Um corte é um corte, seja superior a dois mil euros ou não. Paulo Portas está a atirar areia para os olhos das pessoas. Ele disse que não ia haver mais austeridade, escondeu a medida, não disse toda a verdade. Podia ter dito que ia haver um corte de 100 milhões nas pensões de sobrevivência”, referiu.
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Na RTP, José Sócrates considerou ainda que fazer reuniões de Conselhos de Ministros durante dez horas é um erro político que indicia divergências essenciais no seio do Governo, e acrescentou que este orçamento é um “remake” dos outros, que traz mais austeridade sem resolver os problemas essenciais.
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