Lagarde estima que inflação se mantenha perto dos 2% nos próximos meses
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) estimou hoje que a inflação na zona euro se mantenha em torno de 2% nos próximos meses, mas reconheceu a elevada incerteza "devido às políticas comerciais globais voláteis".
"Prevemos que a inflação permaneça próxima do nosso objetivo de 2% nos próximos meses. Os riscos para as perspetivas continuam a ser bidirecionais, enquanto a incerteza se mantém elevada devido às políticas comerciais globais voláteis", disse Christine Lagarde, falando numa audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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Isto significa que "a inflação se mantém próxima da meta de 2% no médio prazo" estabelecida pelo BCE para estabilidade dos preços, apontou.
"A redução da inflação rumo ao nosso objetivo tem sido apoiada por uma moderação gradual do crescimento salarial", com as estimativas a preverem "um crescimento salarial mais lento no restante do ano e na primeira metade de 2026", acrescentou Christine Lagarde.
Ainda assim, a responsável adiantou que "as perspetivas permanecem incertas devido à volatilidade contínua no comércio global, a uma possível deterioração do sentimento nos mercados financeiros e a tensões geopolíticas".
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Tudo isto será tido em conta na próxima reunião do BCE sobre política monetária, na qual será decidido o rumo a seguir, depois de no encontro de outubro o banco central ter optado por manter as principais taxas de juro.
Em meados de novembro, a Comissão Europeia estimou que a inflação na zona euro se mantenha em torno dos 2%, a meta do BCE, para estabilidade de preços, até 2027, após ter atingido recordes pela guerra e crise energética.
"A inflação na área do euro deverá continuar a descer, atingindo 2,1% em 2025 e estabilizando em torno de 2% ao longo do horizonte. Na UE, a inflação deverá permanecer ligeiramente mais elevada, recuando para 2,2% em 2027", indicou o executivo comunitário nas suas previsões económicas de outono, divulgadas há três semanas.
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Depois de a zona euro ter enfrentado uma forte escalada da inflação, sobretudo devido ao aumento abrupto dos preços da energia e dos alimentos, após a guerra da Ucrânia, o executivo comunitário prevê agora que a inflação na área da moeda única abrande de 2,4% em 2024 para 2,1% em 2025, e depois permaneça globalmente estável em 1,9% em 2026 e 2,0% em 2027.
Na UE, prevê-se uma descida da inflação de 2,6% em 2024 para 2,5% em 2025, antes de diminuir para 2,1% em 2026 e atingir 2,2% em 2027.
Desde o início da guerra na Ucrânia, causada pela invasão da Rússia em 2022, a zona euro enfrentou uma forte escalada da inflação.
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Estes choques externos empurraram a inflação muito acima da meta de 2% definida pelo BCE para garantir a estabilidade dos preços, afetando o poder de compra das famílias e os custos das empresas.
Embora a inflação tenha começado a abrandar com a normalização dos mercados energéticos e a atuação da política monetária, ainda permanece acima dos níveis desejáveis, mantendo a estabilidade de preços como um desafio central para o BCE.
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