O capitalismo pode cair aos pés da crise ambiental

"Estamos na mais profunda das crise de toda a humanidade: a crise ambiental", defendeu hoje Viriato Soromenho Marques, professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da QUERCUS entre 1992 e 1995.
Rui Peres Jorge 23 de Outubro de 2009 às 13:15

“Estamos na mais profunda das crise de toda a humanidade: a crise ambiental”, defendeu hoje Viriato Soromenho Marques, professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da QUERCUS entre 1992 e 1995.

O especialista defendeu que os economistas têm de olhar com especial atenção para o desafio que os problemas ambientais lhes colocam. Se não o fizerem é o próprio sistema capitalista que fica em causa.

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Soromenho Marques salientou que “já se falou aqui muito de dívida pública”, mas “muito mais importante que a dívida pública” é o mundo mais pobre que estamos a deixar às gerações vindouras. Defendeu que a crise ambiental é a maior de toda a humanidade, pois “tem uma dimensão planetária, tem uma dimensão de irreversibilidade e tem uma dimensão de aceleração cumulativa e no tempo”, disse acrescentando: “O mundo está a ficar mais pobre e as futuras gerações não nos vão perdoar”.

O especialista citou uma declaração de 2002 de um responsável da petrolífera Exxon na Noruega: “o socialismo colapsou porque não permitiu que o mercado dissesse a verdade económica. O capitalismo poderá colapsar por não estar a permitir que o mercado traduza a verdade ecológica”, evidenciando os riscos que a crise ambiental comporta.

E defendeu que "a economia deveria ser sempre a economia da natureza". Para melhor passar a mensagem, citou “um colega” dos presentes no Congresso, o economista Kenneth Boulding: “Quem quer que acredite que o crescimento exponencial pode continuar indefinidamente num mundo finito ou é um louco ou é um economista”.

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