Operação Influencer: defesa de António Costa critica palavras "pouco claras" de PGR
A defesa de António Costa criticou este domingo as declarações feitas pelo procurador-geral da República, a propósito do caso Operação Influencer, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro, considerando-as "pouco claras".
"Tendo sido confrontado com as explicações dadas pelo senhor procurador-geral da República a respeito do processo em que o meu constituinte [António Costa] foi ouvido em maio de 2024, não posso deixar de as considerar pouco claras", disse à Lusa o advogado João Lima Cluny, acrescentando desconhecer qualquer recurso que impeça a conclusão da investigação.
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Dois anos depois das buscas feitas no âmbito da Operação Influencer, Amadeu Guerra explicou esta sexta-feira que "existe um recurso interposto pelos arguidos relativamente ao correio eletrónico", estando o Ministério Público dependente "do recurso no Tribunal da Relação, que está a ser apreciado".
"Foi apreendido correio eletrónico durante o processo, os arguidos interpuseram recurso. Enquanto não tivermos acesso à informação que está nos 'emails', não podemos avançar", acrescentou Amadeu Guerra à margem de um encontro dos Gabinetes de Apoio à Vítima, que decorreu na Procuradoria-Geral da República.
Nas mesmas declarações, Amadeu Guerra cometeu ainda um lapso em relação ao nome de António Costa, que rapidamente corrigiu, ao dizer que "o processo Influencer não é só o processo do ex-primeiro-ministro António Sócrates".
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Em relação a estas declarações, o advogado de António Costa considerou o erro do procurador-geral da República um "infeliz lapso" e esclareceu que o processo em que o antigo primeiro-ministro prestou declarações não depende da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, uma vez que se trata de uma certidão extraída do processo Operação Influencer.
"A verdade é que, no processo em que prestou declarações, não temos conhecimento da constituição de qualquer arguido, nem, naturalmente, de qualquer recurso que impeça a conclusão da investigação", acrescentou a defesa de António Costa.
No dia 07 de novembro de 2023, foram detidas e posteriormente libertadas no âmbito da Operação Influencer cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária.
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Em causa estão suspeitas de crime na construção de um centro de dados em Sines, distrito de Setúbal, na exploração de lítio em Montalegre e Boticas, ambas no distrito de Vila Real, e na produção de energia a partir de hidrogénio também em Sines.
O caso levou à queda do Governo de António Costa (PS), tendo o agora presidente do Conselho Europeu sido considerado suspeito, sem ser constituído arguido.
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